Preocupado com as pesquisas, Doria pede a Temer para que tire Skaf da disputa pelo governo de SP

Quando deixou a Prefeitura de São Paulo, ignorando promessa durante a campanha de 2016, o tucano João Agripino da Costa Doria Junior tinha certeza de que era a derradeira solução para os muitos problemas do País. Tanto é assim, que Doria circulou pelo País na esperança de ser o presidenciável do PSDB, movimento que exigiria atropelar politicamente o ex-governador Geraldo Alckmin, presidente nacional da legenda.

Considerado “cristão novo” no tucanato, João Doria foi obrigado a mudar de planos e aceitar ser candidato ao governo paulista, o que não é pouca coisa. Apesar desse desafio, o ex-prefeito continuou trabalhando nos bastidores do PSDB para viabilizar-se com candidato do partido à Presidência, mesmo com Alckmin estando à proa dessa empreitada.

Enfrentando a resistência do eleitorado da maior cidade brasileira, São Paulo, Doria não abriu mão da sua conhecida soberba, crente que chegaria na dianteira na corrida ao Palácio dos Bandeirantes. As mais recentes pesquisas de opinião mostram que o “achismo” de Doria está com a pilha fraca. Afinal, nos muitos dos cenários testados pelo Ibope, João Doria perde para o empresário Paulo Skaf (MDB), ex-presidente da poderosa FIESP.


Enquanto aposta na possibilidade de ser escolhido como substituto de Geraldo Alckmin na disputa pela Presidência da República, investida covarde que está sendo articulada por FHC, Doria tenta identificar os erros de uma pré-campanha que deixa a desejar, já que sua passagem pela Prefeitura paulistana foi marcada por muito discurso e pouca ação.

Contudo, ao que parece, o desespero chegou para ficar no núcleo da campanha. O candidato tucano agora trabalha para evitar um fiasco nas urnas, o que o tiraria da cena política por pelo menos dois anos. Para reverter esse quadro desfavorável Doria acreditou ser possível tirar adversários da disputa eleitoral.

Em conversa com o presidente Michel Temer (MDB), Doria pediu para que o emedebista convencesse Skaf a desistir de disputar o governo de São Paulo e concorresse ao Senado Federal. Como Temer não caiu na esparrela tucana – ou seja, Skaf continua candidato –, tucano terá de tirar um coelho da cartola caso seu desejo seja siar vitorioso das urnas de outubro próximo. Porém, como sabem aqueles que acompanham eleições há anos, quando o desespero dá os primeiros sinais, não há o que fazer.