Faltando apenas o anúncio oficial, Ana Amélia será candidata a vice na chapa de Geraldo Alckmin

Nas últimas horas, a escolha do candidato a vice na chapa de Geraldo Alckmin, presidenciável do PSDB, foi uma intensa queda de braços entre os líderes dos partidos que integram o chamado “Centrão”, que apoia o tucano.

Depois de alguns nomes terem sido ventilados dias atrás, na reta final a disputa por indicações tornou-se mais acirrada em função dos interesses de quem estava a indicar. Como em política inexistem inocentes e bem-intencionados, a temperatura subiu e Alckmin, experimentado que é, preferiu deixar a fervura baixar.

O martelo ainda não foi batido oficialmente, mas Alckmin a senadora Ana Amélia Lemos (PP-RS) como candidata a vice. A parlamentar gaúcha pediu algumas horas para responder ao convite, mas nos bastidores da campanha Ana Amélia já é tratada como vice. Mesmo assim, é preciso manter a prudência, pois em política nada é definitivo, mesmo quando assim está.

Antes de o nome de Ana Amélia ser ungido, outras indicações movimentaram as coxias da campanha de Alckmin. Presidente nacional do PP, o senador piauiense Ciro Gomes insistiu até o último instante no nome de Margarete Coelho, vice-governadora do Piauí.


Ao menos dois fatos inviabilizaram a indicação: 1) Margarete Coelho é vice do governador Wellington Dias, do PT e muito ligado a Lula. E esse detalhe seria amplamente explorado na campanha pelos adversários de Alckmin. 2) No caso de Geraldo Alckmin vencer a eleição, Ciro Nogueira, cujo currículo político dispensa maiores apresentações, poderia ingerir nas questões afetas à vice-presidente.

Em outro momento, o “dono” do Partido da República”, Valdemar Costa Neto, cujo currículo também é conturbado, tentou convencer o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a ser candidato a vice na chapa de Alckmin.

Mais. Que tomou gosto pelo poder, descartou a proposta, pois quer ser reeleito e reconduzido à presidência da Câmara. Costa Neto, por sua vez, não fez tal oferta por caridade, até porque isso não coadua com seu perfil. Na verdade, queria caminho livre para colocar alguém da sua confiança na presidência da Câmara.

Voltando ao PP… Ciro Nogueira acabou convencido de que a senadora Ana Amélia é um nome respeitável e tem muito a agregar à candidatura de Alckmin. Dona de atuação parlamentar elogiada, participou de forma engajada do impeachment de Dilma Rousseff, tem boa interlocução com a população do Sul do País e transita com intimidade em alguns setores do agronegócio. Além disso, tem grande chance de atrair boa parcela do eleitorado feminino, que no Brasil é maioria.