Após participar da vitimização de Lula, Gleisi diz que é “bem feio” Ciro Gomes se fazer de vítima

Nada pode ser mais devastador do que a hipocrisia da presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, senadora Gleisi Helena Hoffmann, que não mede esforços para defender o inelegível Lula, que cumpre pena de prisão após condenação por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Gleisi orientou os “companheiros” para que evitem polêmicas com Ciro Gomes, candidato do PDT à Presidência da República, que há dias sofreu uma rasteira do PT, a mando de Lula, perdendo o apoio do PSB.

Por conta disso, Ciro não tem economizado críticas ao PT, mesmo sem citar nominalmente a legenda. E uma das suas estocadas, o pedetista afirmou que alguns partidos “querem resolver a eleição em gabinetes ou em celas”, em clara e inominada referência a Lula.


“O PT não quer bater boca com o Ciro. No entanto, pela experiência política que ele tem e pela longa caminhada na vida pública, é notório o exagero de suas falas para tentar colocar em outros a culpa dos seus erros na estratégia política”, declarou Gleisi, a porta-voz do primeiro presidiário-candidato do País.

“Essa tentativa de vitimização, para um homem velho de caminhada política, também fica bem feio, né?”, vociferou a senadora, em mais um dos seus conhecidos destampatórios.

A fala de Gleisi Hoffmann é uma ode ao absurdo, pois a estratégia do PT, desde que a Operação Lava-Jato alcançou “companheiros estrelados”, foi tentar transformar Lula em vítima de perseguição política e de caçada judicial, como forma de salvar o partido de novo processo de desidratação eleitoral. O plano fracassou de maneira vexatória, mas a senadora ousa acusar Ciro Gomes de se fazer de vítima.

Preso e inelegível por conta de condenação confirmada em segunda instância, Lula errou enormemente ao acreditar que poderia manter sua hegemonia na seara esquerdista. A obsessão do ex-metalúrgico pelo poder levou os partidos da esquerda nacional a uma débâcle antecipada, um dos sonhos de consumo da direita verde-loura.