Prisão de Lula multiplicou número de viagens de Gleisi e assessores a Curitiba, pagas pelo contribuinte

A prisão de Lula provocou um efeito-enxame de petistas enlouquecidos em torno da Superintendência da Polícia Federal de Curitiba, onde o petista está preso. O jornalista Lúcio Vaz, da Gazeta do Povo, teve a curiosidade de saber quem estava pagando esse turismo prisional e descobriu, sem surpresa, que mais essa gastança para bancar as peregrinações até o cárcere do pajé estavam sendo bancadas pelo contribuinte brasileiro.

“A prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva elevou o gasto com passagens e hospedagem de assessores da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) para Curitiba. De janeiro a março, essas despesas estavam em apenas R$ 1,3 mil. A partir de abril, já somam R$ 11 mil. Tudo pago com dinheiro público, pelo Senado Federal”, diz Lúcio Vaz.

“As viagens dos assessores coincidem com visitas da presidente do Partido dos Trabalhadores e de lideranças políticas nacionais e internacionais a Lula na capital da Lava Jato. Todas elas foram registradas pela assessoria da senadora nas redes sociais”, notando que Gleisi, longe de esconder esse turismo carcerário, faz questão de divulga-lo nas redes sociais.

“A sede da Polícia Federal em Curitiba, onde o ex-presidente está preso desde 7 de abril, transformou-se em espaço para comícios, vigílias e até mesmo de reuniões de trabalho na cela do candidato do PT a presidente da República. Ao deixar o prédio, no dia 21 de julho, questionada sobre a visita, na companhia do senador Lindbergh Farias (PT-RJ), Gleisi deixou claro qual foi o motivo do encontro”, prossegue o jornalista.


“Eu, na realidade, vim fazer uma reunião de trabalho com o presidente, despachar para a campanha. Ele deu orientação sobre várias coisas da campanha”, disse a senadora, como quem sai de uma reunião do partido. No mesmo dia, o ex-presidente uruguaio Pepe Mujica visitou Lula. Na saída, num comício improvisado, usou um megafone para falar aos militantes petistas na porta da PF.

No dia 29 de abril, a assessora Dayane Hirt deslocou-se de Brasília para Curitiba. Retornou no dia 2 de maio. Nos arquivos do Senado está registrado o custo das passagens – R$ 1,2 mil – mais a despesa com hotel – R$ 540. Foram duas diárias no Flat Petras Residence, no bairro Mercês. O motivo da viagem: hospedagem da servidora em atividade política no estado. No mesmo dia em que Dayane deixou Curitiba, chegou a assessora Thea Tavares.

No dia seguinte, 3 de maio, aconteceu a primeira visita de políticos a Lula, feita por Gleisi e pelo ex-governador Jaques Wagner. Ao deixar a sede da PF, deram entrevistas sobre o encontro. A postagem no Facebook rendeu 413 mil visualizações.

Em 4 de maio, a senadora visitou o acampamento montado pelos militantes nas proximidades da PF. As passagens de Thea custaram R$ 485. Uma semana depois, Gleisi fez visita à vigília “Lula livre” em Curitiba. Foi acompanhada pela mesma assessora. Mas dessa vez as passagens custaram R$ 1,9 mil.

Ou seja, se o ingênuo leitor acreditava que a prisão de Lula estancaria o avanço de Lula e seus sequazes sobre os cofres públicos, precisa rever seus conceitos. Eles apenas continuam a sangrar o erário e, se o projeto de reeleger Lula, ou seu poste, for bem-sucedido, tudo voltará a ser como dantes no quartel de Abrantes.