PIB cresce 0,2% no segundo trimestre; greve dos caminhoneiros atrapalhou desempenho da economia

O Produto Interno Bruto do país (PIB) fechou o segundo trimestre do ano com crescimento de 0,2%, na comparação com o primeiro trimestre. Trata-se do sexto resultado positivo após oito variações negativas consecutivas nessa comparação. Em valores correntes, o PIB totalizou R$ 1,693 trilhão. A informação foi divulgada nesta sexta-feira (31) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Analistas do mercado apontam que a paralisação dos caminhoneiros, no fim de maio, foi um dos fatores determinantes para o tímido resultado da economia no período, mas alguns especialistas avaliam que outros fatores já sinalizavam para um ritmo menor de expansão do PIB.

“Não foi por causa da greve, foi um conjunto de fatores. (A greve de caminhoneiros) Afetou o trimestre, mas não podemos olhar só para a greve, tem que olhar o conjunto”, afirmou Claudia Dionísio, gerente da Coordenação de Contas Nacionais do IBGE.

Os dados indicam que a ligeira alta foi determinada pelo setor de serviços, que teve desempenho positivo de 0,3%, enquanto a indústria registrou queda de 0,6% e a agropecuária manteve-se estável.

Em relação ao segundo trimestre de 2017, o crescimento foi de 1% no segundo trimestre deste ano, o quinto resultado positivo consecutivo nessa comparação. A indústria e os serviços cresceram 1,2%, enquanto a Agropecuária variou -0,4%.

Acerca da demanda, o consumo das famílias cresceu 1,7% – o quinto trimestre seguido de avanço na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior. No acumulado dos quatro últimos trimestres, o PIB cresceu 1,4% em relação aos quatro trimestres imediatamente anteriores.


Serviços

Responsável direto pela expansão de 0,2% do PIB na passagem do primeiro para o segundo trimestre do ano, ao crescer 0,3%, o setor de Serviços (que responde por cerca de 70% da economia nacional) teve como destaque positivo as atividades de informação e comunicação e imobiliária, ambas com expansão de 1,2%; seguidas das atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (0,7%) e de outras atividades de serviços (0,7%).

No contraponto, as principais quedas foram verificadas nas atividades de transporte, armazenagem e correio, com -1,4%, Comércio (-0,3%) e administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (-0,2%).

Já a indústria, ao cair 0,6%, teve as áreas de transformação e de construção em destaque, ambas com queda de 0,8% do primeiro para o segundo trimestre do ano. O comportamento do setor industrial foi seriamente comprometido pela greve dos caminhoneiros, em maio.

A despesa de consumo das famílias e a despesa de consumo do governo tiveram variações positivas de, respectivamente, 0,1% e 0,5%. Já a formação bruta de capital fixo recuou 1,8% em relação ao trimestre imediatamente anterior.

No setor externo, as exportações de bens e serviços reduziram-se 5,5%, enquanto as importações de bens e serviços recuaram 2,1% em relação ao primeiro trimestre de 2018. (Com ABr)