Presidenciáveis chegam à conclusão que apostar em Bolsonaro é abrir caminho para a volta da esquerda

Com preocupante atraso, alguns presidenciáveis descobriram o que o editor do UCHO.INFO vem alertando há muito tempo em relação a radicalização no campo da corrida presidencial. O avanço do ultradireitista Jair Bolsonaro nas pesquisas eleitorais abre caminho para o retorno da esquerda ao poder central, algo que o eleitorado brasileiro certamente não deseja.

Diferentemente do que pensa a maioria da população, não será à base da radicalização e colocando a democracia à beira do precipício, como vem sugerindo de maneira insistente o candidato do PSL à Presidência da República, que o Brasil retomará a normalidade institucional. É preciso calma e persistência para vencer um período que deve ser dedicado exclusivamente a mudanças que garantirão em futuro não tão longínquo um cenário de tranquilidade.

A democracia, a grosso modo, serve para resolver diferenças ideológicas na est3eira do diálogo, mas não é isso que temos visto no desenrolar do processo eleitoral, que, pelo contrário, tem escancarado um cenário de radicalização preocupante, que atenta diuturnamente contra o Estado Democrático de Direito, gostem ou não os extremistas de esquerda ou de direita.


Como mencionado na abertura da matéria, ao menos dois candidatos ao Palácio do Planalto perceberam, mesmo com atraso, que a aposta de parte do eleitorado em Jair Bolsonaro viabiliza o retorno da esquerda ao poder: o tucano Geraldo Alckmin e o pedetista Ciro Gomes.

Alckmin, que ainda não conseguiu arrancar nas pesquisas como esperavam seus eleitores, mira em Bolsonaro na esperança de atrair votos daqueles que temem que o radicalismo do capitão reformado do Exército cresça após subir a rampa palaciana. Por conta disso, o presidenciável do PSDB deve retomar a propaganda eleitoral com críticas a Bolsonaro, como já acontecia antes do ataque de Juiz de Fora.

Em relação a Ciro Gomes, suas críticas a Bolsonaro não cessaram nem mesmo enquanto o candidato do PSL estava sendo transferido de Minas Gerais para a capital paulista. Ciro disse que Bolsonaro foi atacado na barriga, não na cabeça, portanto seu pensamento não havia mudado.

Considerando que Ciro Gomes registrou crescimento nas pesquisas de intenção de voto especialmente no Nordeste, conhecido reduto petista, sua estratégia agora será atacar todos os caminhos que possam levar o PT de volta ao poder. E atacar Jair Bolsonaro faz parte do plano, até porque parte do eleitorado feminino não quer saber do candidato do PSL.