Doria adota discurso tresloucado de Bolsonaro e afirma que polícia de SP vai atirar para matar

Candidato do PSDB ao governo de São Paulo, João Agripino da Costa Doria Junior sabe que pode perder a disputa para o emedebista Paulo Skaf no segundo turno. Essa possibilidade tornou-se maior depois que o atual governador paulista, Márcio França (PSB), avançou nas pesquisas eleitorais. França tem 14% de intenções de voto, segundo a mais recente pesquisa Ibope sobre a corrida ao Palácio dos Bandeirantes. Atacado covardemente por Doria, o governador deve apoiar Skaf no segundo turno.

Ciente de que a imagem de Márcio França no seu retrovisor significa perigo, Doria resolveu adotar discursos tão mirabolantes quanto irresponsáveis. Em uma das propagandas de campanha, o tucano afirma que, se eleito, mudará a legislação para impedir que bandidos sejam presos pela polícia e soltos pela Justiça.

João Doria é um inconsequente que induz o eleitor a erro, pois a Justiça solta o bandido com base no que determina a legislação vigente. Mudar a lei, como sugere o candidato tucano, não é tão simples quanto parece. Alterar o Código Penal, por exemplo, exige um projeto complexo, elaborado por juristas renomados e competentes, que precisa ser aprovado em comissões de mérito no Congresso Nacional e no plenário da Câmara dos Deputados e do Senado. Em seguida, não havendo pendencias, segue para a sanção presidencial.

No afã de conquistar votos de eleitores indecisos, Doria agora afirmar que a partir de 1º de janeiro a polícia paulista atirará para matar. Ou seja, o tucano decidiu embarcar na insana política de segurança pública do tresloucado Jair Bolsonaro, o presidenciável que tem como plataforma única de campanha resolver os problemas nacional na base da bala e do tiro.


João Doria é um gazeteiro profissional que fez fortuna com o discurso fácil, mas deve ser avisado que na vida pública o roteiro é diferente e precisa respeitar a lei. Ademais, “atirar para matar” vai na contramão dos modelos de segurança pública adotados por países desenvolvidos, que priorizam a tecnologia e os serviços de inteligência para combater o crime, em especial as facções criminosas.

O modelo sugerido por João Doria pode transformar o estado de São Paulo em um faroeste a céu aberto, como já acontece no Rio de Janeiro, onde a polícia e o crime organizado enfrentam-se diuturnamente, deixando a população sob o fogo cruzado.

Doria deveria se preocupar em explicar aos eleitores da capital paulista o seu obsequioso silêncio diante do escândalo de corrupção que inviabilizou a PPP da Iluminação Pública. Durante os meses em que esteve à frente da Prefeitura paulistana, o tucano sabia das ilegalidades que marcaram a licitação da PPP, todas consentidas por seus assessores para beneficiar o consórcio vencedor.

A PPP da Iluminação Pública foi suspensa por determinação da Justiça após denúncia de esquema de corrupção. O consórcio vencedor pagou durante meses a fio propina a integrantes do Departamento de Iluminação Pública de São Paulo (Ilume) para ser beneficiado no processo licitatório. Gravações feitas no Ilume não deixam dúvidas a respeito do esquema criminoso. Mesmo assim, João Doria, como seus conhecidos “punhos de renda”, insiste em se esquivar do escândalo.