Após tirar Lula e a cor vermelha da campanha, só falta Haddad dizer que é de direita desde que nasceu

Ciente de que precisa se reinventar, se é que isso é possível, mas acreditando que a candidatura à Presidência pode ser a tábua de salvação, o Partido dos Trabalhadores agora aposta no “faz de conta” para continuar corrida presidencial.

Reunida nesta quarta-feira (10), em São Paulo, a coordenação da campanha petista decidiu que no segundo turno a candidatura do presidenciável Fernando Haddad será repaginada para passar a ideia de frente política. Para tal, o vermelho esquerdista perdeu espaço para o verde-louro da bandeira nacional no material de campanha, como se isso fosse suficiente para camuflar a ideologia.

De igual modo, o slogan da campanha passou a ser “O Brasil para todos”, substituindo “O Brasil feliz de novo”. E nessas mudanças cosméticas a imagem de Lula, preso em Curitiba, desapareceu do material oficial da campanha de Haddad e Manuela D’Ávila.

O PSOL e o PSB foram incorporados à estrutura da campanha, que já tinha PT e PCdoB. Ou seja, trocar o vermelho pelo verde e amarelo é mais uma estratégia para induzir o eleitor a erro. O próximo passo é abrir espaço para o PDT de Ciro Gomes, que já conversa com a cúpula petista para chegar a um acordo.


Na televisão e nas redes sociais, a campanha petista decidiu com prioridade a desconstrução da imagem de Jair Bolsonaro (PSL). “Agora é partir para a desconstrução, mostrar que ele é um falso nacionalista e não é contra o sistema, ao contrário, é parte do sistema”, disse o presidente do PSOL, Juliano Medeiros.

Integrantes da campanha petista orientaram a militância a explorar nas redes sociais as propostas econômicas de aliados do deputado, como o candidato a vice, Hamilton Mourão, que se manifestou contra o 13º salário e o adicional de férias, classificados pelo general reformado como “jabuticabas”.

Com o anúncio de que Jaques Wagner, ex-governador da Bahia e senador eleito, assumiu o comando da campanha de Haddad, esperava-se que os rumos seriam outros. Contudo, as mudanças anunciadas são pífias e apostam em algo desnecessário e pouco convincente. Agora só falta Fernando Haddad vir a público para anunciar que sua candidatura é de direita.