Cash Delivery: Perillo vai à PF depor e é preso; juiz decretou prisão para “garantia da ordem pública”

Ex-governador de Goiás e candidato derrotado ao Senado, Marconi Perillo foi preso na tarde desta quarta-feira (10) pela Polícia Federal no âmbito da Operação Cash Delivery. Em 28 de setembro, o tucano havia sido alvo de mandado de busca e apreensão.

Jayme Rincón, ex-tesoureiro de Perillo e coordenador da campanha ao governo do Estado de José Eliton (PSDB) – aliado do tucano e que busca a reeleição -, foi preso pela PF em setembro.

Perillo foi preso ao chegar na superintendência da PF, em Goiânia, para prestar depoimento sobre as acusações de delatores da Odebrecht Fernando Reis e Alexandre Barradas. Em suas delações, ambos citaram repasses de R$ 10 milhões a Perillo – R$ 2 milhões na eleição de 2010 e R$ 8 milhões em 2014.

Como destacou o editor do UCHO.INFO no programa “QUE PAÍS É ESSE?”, Marconi Perillo não foi preso antes por causa das restrições impostas pela legislação eleitoral, mas deveria se preparar para o pior após o encerramento do primeiro turno.


A informação sobre a prisão foi confirmada pela assessoria de Perillo e pelo seu advogado, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay. De acordo com o advogado, “não há absolutamente nenhum fato novo que justifique o decreto do ex-governador Marconi Perillo, principalmente pelas mencionadas decisões anteriores que já afastaram a necessidade de prisão neste momento.”

“Na visão da defesa, esta nova prisão constitui uma forma de descumprimento indireto dos fundamentos das decisões de liberdade concedidas a outros investigados”, disse Kakay.

No dia da deflagração da Cash Delivery, o Ministério Público Federal informou, por meio de nota, que o ex-governador não havia sido alvo de mandado de prisão porque era candidato ao Senado e legislação eleitoral proíbe detenção na semana anterior ao pleito.

Perillo, que no cárcere terá tempo para pensar nos equívocos que cometeu, precisa elaborar uma explicação convincente para justificar a contratação de um dos mais caros e requisitados criminalistas do País, cujos honorários sempre orbitam na casa dos sete ou oito dígitos, dependendo da complexidade do caso. Para quem sempre alegou inocência, Marconi Perillo certamente descobriu o segredo do milagre da multiplicação.