Após esconder Lula e mudar cores da campanha, Haddad tem em Gleisi um Mourão para chamar de seu

Cada presidenciável tem o Mourão que merece. Se o presidenciável do PSL tem um que lhe dá trabalho o tempo todo por conta de seus devaneios discursivos, o petista Fernando Haddad não fica atrás, pois tem na sua órbita ninguém menos que Gleisi Helena Hoffmann, famosa por seus recorrentes destampatórios.

Crente que é a versão feminina e moderna de Aladim, o folclórico gênio da lâmpada maravilhosa, e aproveitando os minutos de fama de uma eleição à Câmara dos Deputados – é o que lhe restou, pois uma reeleição ao Senado seria um tremendo desastre –, Gleisi agora tenta recuperar espaço na campanha de Haddad, depois ter jogado contra o candidato do PT ao Palácio do Planalto.

Desde os tempos em que ocupou a Casa Civil da Presidência, durante o governo da “companheira” Dilma, a ensacadora de vento, Gleisi vinha alimentando o sonho de concorrer ao Palácio do Planalto. O sonho ganhou reforço extra quando ela foi escolhida por Lula para comandar nacionalmente o PT, como se assumir o leme de uma nau a navegar na lama da corrupção representasse algo extraordinário.


Gleisi Helena está longe de ser uma ode à genialidade, por isso todos procuram manter distância da ainda senadora paranaense, pois suas declarações são verdadeiros atentados ao bom senso e à lógica. Além disso, suas falas esquerdistas colocam por terra qualquer tentativa de sobrevivência do partido.

Há dias, quando a campanha de Haddad buscava reorientação para o segundo turno da corrida presidencial, Gleisi disse que o PT poderia retirar a proposta de convocar uma nova constituinte para se aproximar do centro. É importante que alguém avise à presidente do PT que seu papel, que até então era pífio e secundário, a partir de agora será ainda menor. E não lhe cabe fazer qualquer pronunciamento em nome de Haddad, que já tem problemas de mais na bagagem.

Como se não bastasse, Gleisi Hoffmann, que parece estar com o “desconfiômetro” quebrado, disse na última segunda-feira (8), após deixar a carceragem da Polícia Federal em Curitiba, que o ex-presidente Lula determinou que Haddad não mais o visitasse na prisão.

Ora, isso todos sabem, mas Gleisi não precisava anunciar o óbvio. Bastava manter-se calada, deixando os coordenadores da campanha de Fernando Haddad decidir como divulgar o fato. Se uma campanha acirrada e polarizada não é a tarefa mais fácil, com dois Mourões o cenário torna-se ainda pior.