Libertadores: presidente do Boca não admite segundo jogo da final e ameaça ir à Corte Arbitral do Esporte

Presidente do Club Atlético Boca Juniors, Daniel Angelici disse nesta terça-feira (27) que não está nos planos do clube a partida de volta contra o River Plate para decidir o título da Copa Libertadores.

Em discurso com claro tom de ameaça, Angelici, que discordou da decisão da Conmebol de marcar a partida para um local fora da Argentina, não descartou a possibilidade de recorrer à Corte Arbitral do Esporte (CAS, na sigla em inglês), em Lausanne, na Suíça.

“Não está na nossa cabeça jogar mais uma final. O Boca vai esgotar todas as instâncias administrativas e, se tivermos que ir ao CAS, faremos isso”, disse Angelici, durante entrevista coletiva nesta terça-feira, em Luque, no Paraguai, ao lado de Rodolfo D’Onofrio, presidente do River Plate, e do paraguaio Alejandro Dominguez, presidente da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol).

Nesta terça-feira, após reunião na sede da Conmebol, a entidade anunciou que o segundo confronto entre os arquirrivais argentinos será disputado em 8 ou 9 de dezembro, em local ainda não definido, mas fora do território argentino. A decisão se deve aos graves incidentes que levaram à suspensão por duas vezes da final da Libertadores, em Buenos Aires, no último final de semana.

Torcedores do River Plate atacaram com paus e pedras o ônibus que levava o time do Boca Juniors para o estádio Monumental de Nuñez, onde aconteceria o jogo que definiria o campeão das Américas. O violento ataque provocou ferimento no olho esquerdo de Pablo Pérez, capitão da equipe do Boca.


Daniel Angelici afirmou que o Tribunal de Disciplina da Conmebol não pode deixar de punir o River Plate. “Você não pode esperar para quebrar a cabeça ou alguém perder a vida para tomar uma atitude”, declarou.

O dirigente expressou a sua discordância com o anúncio de Dominguez para definir eventuais datas para a final. “Eu não estou feliz com a decisão”, completou o dirigente do Boca Juniors.

“Vamos esperar a resolução do Tribunal. Esperamos que não sofram nenhuma pressão, são um órgão independente. Tenho a obrigação legal de fazer as petições que o clube deve fazer após os incidentes que sofremos. Não tenho motivos para não confiar no Tribunal da Conmebol”, declarou Angelici.

Caso o recurso do Boca não seja atendido e haja a confirmação da final para o dia 8 ou 9 de dezembro, três locais aparecem como favoritos para sediar a partida: Miami, nos Estados Unidos, Doha, no Catar, e Assunção, no Paraguai.

Boca Juniors e River Plate empataram o primeiro jogo da decisão por 2 a 2, no estádio de La Bombonera, em Buenos Aires, no último dia 11.