IBGE estima queda de 5,5% na safra de grãos deste ano; a de 2019 deve crescer 1,7%

A safra de cereais, leguminosas e oleaginosas do País deve fechar 2018 com queda de 5,5%, na comparação com as 240,6 milhões de toneladas do ano passado – número recorde. De acordo com previsão do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), feita em novembro, a produção deste ano deverá ficar em 227,3 milhões de toneladas.

A estimativa do IBGE é 0,1% superior à de outubro. A queda da produção de 2017 para 2018 deverá ser puxada principalmente pelo milho (-17,8%), arroz (-5,6%), feijão (-9,8%) e sorgo (-5,4%). A soja, com uma alta de 2,6%, deve evitar uma queda mais acentuada, assim como o algodão herbáceo (28,6%) e o trigo (34%).

Outros produtos

Além dos grãos, o instituto também analisa produtos importantes para a agricultura brasileira, como cana-de-açúcar, café e laranja. A maior lavoura brasileira, a cana-de-açúcar, deve fechar o ano com 675 milhões de toneladas, uma queda de 1,8%.

Também deverão ter recuo a laranja (-8,3%), mandioca (-3,5%), banana (-5,2%), batata-inglesa (-8,4%) e uva (-13,6%). Ao mesmo tempo, são esperadas altas para o café (28,7%) e o tomate (1,2%).


Próximo ano

Para 2019, o IBGE prevê crescimento da safra de cereais, leguminosas e oleaginosas no País. De acordo com o instituto, a produção deve ficar em 231,1 milhões de toneladas, 1,7% a mais do que em 2018. Já a área a ser colhida deve ficar em 62 milhões de hectares, 1,9% maior do que neste ano.

Caso a estimativa se confirme, essa será a segunda maior safra nacional de grãos desde que o IBGE começou a fazer a pesquisa em 1975. A safra recorde foi registrada em 2017: 240,6 milhões de toneladas.

Entre as principais safras de grãos pesquisadas, são esperadas quedas em 2019, na comparação com 2018, das seguintes lavouras: soja (0,2%), arroz (4,5%), primeira safra do milho (0,6%) e primeira safra do feijão (8%). São esperados crescimentos, no entanto, na segunda safra do milho (9,3%) e algodão herbáceo (5,5%).

Segundo o gerente da pesquisa, Carlos Antônio Barradas, em 2018, produtores de milho enfrentaram problemas climáticos em alguns dos principais estados. “Para 2019, aguarda-se uma janela de plantio maior para o milho, já que, em boa parte desses estados, as chuvas já chegaram, o que permitiu o plantio antecipado. Para o algodão, os preços favoráveis do produto devem incentivar investimentos nas lavouras e aumento da área plantada”. (Com ABr)