PT e PSOL demonstram desapreço pela democracia ao boicotar cerimônia de posse de Bolsonaro

Se na Física os polos opostos se atraem, na política eles se repelem. Esse movimento contrário é importante para a manutenção da democracia, que não sobrevive sem a conivência dos pensamentos opostos, pois do contrário abre-se caminho para regimes totalitários, de esquerda ou de direita.

Desde o impeachment de Dilma Rousseff, o Partido dos Trabalhadores e seus satélites ideológicos insistiram no discurso do golpe, tese sepultada pelo eleitorado mineiro, que decidiu mandar para casa, de uma vez, a ex-presidente da República. Que o apego ao poder é algo inerente ao ser humano todos sabem, mas é preciso reconhecer que o processo de impedimento de Dilma ocorreu dentro do que determina a legislação vigente, ou seja, no escopo das regras democráticas.

Com a assunção de Jair Bolsonaro ao posto de futuro presidente da República, as retaliações aos governos de esquerda começaram muito antes de o eleito assumir o posto oficialmente. O próximo chefe do Itamaraty, Ernesto Araújo, não demorou muito para “tesourar” regimes alinhados à esquerda, apesar de Bolsonaro ter afirmado, após a vitória, que seu governo não teria caráter ideológico. Como na política a mitomania é mola propulsora, acreditou nessa falácia quem quis.


Não é novidade o desapego de Jair Bolsonaro pela democracia, até porque o futuro presidente já deixou claro em várias ocasiões sua enorme simpatia pela ditadura militar, tendo, inclusive, afirmado que os protagonistas da era plúmbea nacional erraram por torturar e não matar.

Voltando ao PT… Recentemente, o PT e o PSL decidiram boicotar a cerimônia de posse de Jair Bolsonaro no Congresso Nacional, como forma de repúdio à forma como o capitão reformado venceu a corrida presidencial. É sabido que a Justiça Eleitoral brasileira é frouxa e eternamente acovardada, mas é preciso marcar terreno para fazer valer os ideais. Além disso, não se pode defender a democracia e agir no sentido oposto.

O que petistas e psolistas fazem é uma clara demonstração de desapreço pela democracia, que exige de seus atores talento para conviver com adversidades e oximoros. Quando o cenário político é órfão de oposição é porque a democracia morreu ou está a um passo da sepultura. Em suma, o PT, sob o comando da descontrolada senadora Gleisi Helena Hoffmann (PR), perde a cada dia a condição de falar sobre democracia. A insistir nessa postura, corre o risco de fazer oposição pífia. A conferir!