Ainda em campanha, o fanfarrão Bolsonaro usa o Twitter para afirmar que 11 países recorreram ao BNDES

Durante a corrida presidencial, o UCHO.INFO afirmou, sem medo de errar, que Jair Bolsonaro era um populista inconsequente disposto a enganar a opinião pública, apenas porque precisava aproveitar os muitos tropeços do PT, seu principal adversário político e ideológico.

Que no Brasil a política é movida por uma interminável onda de mitomania todos sabem, mas Bolsonaro abusou do falso messianismo ao se apresentar ao eleitorado como a derradeira solução para os problemas nacionais, não sem antes afirmar ser a espada de Damôcles a balançar sobre a seara da corrupção, como se essa chaga fosse exclusividade da esquerda.

Entre as muitas promessas ufanistas feitas por Jair Bolsonaro durante a campanha, uma das que mereceu destaque foi a abertura da “caixa preta” do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Recentemente, o presidente afirmou nas redes sociais que os contratos de financiamento seriam revistos, mas é preciso lembrar que aquilo que está pactuado não é passível de mudança, a não ser que o contrato permita alterações como as sugeridas por Bolsonaro.

O agora presidente da República dizia que a instituição financeira deu dinheiro a corruptos, mas tal afirmação é marcada por leviandade, pois o BNDES não apenas passa constantemente pelo escrutínio dos mais diversos órgãos de controle, como disponibiliza em seu portal detalhes de todas as operações de crédito.

Nesta sexta-feira (18), Bolsonaro, em mais um momento de fanfarronice explícita, divulgou no Twitter link de página do BNDES que disponibiliza informações de onze países que usaram recursos do banco e as razões para os respectivos empréstimos.


“Ainda vamos bem mais a fundo! BNDES divulga interessante link identificando os países que usaram os recursos financeiros do Brasil e os motivos dos empréstimos. Tire suas conclusões, escreveu na rede social.

A página do BNDES apresenta o detalhamento de contratos com Angola, Argentina, Costa Rica, Cuba, Equador, Gana, Guatemala, Honduras, México, Moçambique, Paraguai, Peru, República Dominicana, Venezuela.

De acordo com a instituição, o país ou a empresa importadora assume a responsabilidade de pagar o financiamento ao BNDES, com juro, em dólar ou euro. Diante disso, os contratos de financiamento à exportação envolvem três partes: a empresa brasileira exportadora, o importador e o BNDES.

Segundo o BNDES, o órgão financia exportações de engenharia brasileira para obras no exterior desde 1998. Os recursos do BNDES envolvidos nessas transações são sempre liberados no Brasil, em reais, para a empresa brasileira exportadora.

Sem ter o que entregar à população, até porque populistas vivem de pirotecnia discursiva e comportamental, Jair Bolsonaro, ao que parece, não se cansa de passar vergonha, apenas porque precisa mostrar ao mundo que continua em campanha e disposto a levar adiante sua cruzada ideológica contra a esquerda, como se a democracia não necessitasse do equilíbrio das forças opostas. (Com ABr)