A Polícia federal prendeu na manhã desta terça-feira (19), em São Paulo, o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, no âmbito da Operação Fantoche.
A operação policial, deflagrada em colaboração com o Tribunal de Contas da União (TCU), tem o objetivo de desarticular esquema de fraudes licitatórias, associação criminosa e lavagem de ativos. A Operação Fantoche conta com a participação de 213 policiais federais e 8 auditores do TCU.
Além do presidente da CNI, que é alvo de prisão temporária (cinco dias), a PF cumpre nove mandados de prisão expedidos pela 4ª Vara Federal de Recife, que decretou o sequestro e bloqueio de valores e patrimônio de todos os investigados. São cumpridos 40 mandados de busca e apreensão, nos estados de PE, MG, SP, PB, DF, MS e AL.
De acordo com informações da Polícia Federal, um grupo de empresas, comandado por uma família, atuava desde 2002 para executar contratos obtidos por meio de convênios com o Ministério do Turismo e entidades vinculadas ao “Sistema S”. Segundo as investigações, o grupo pode ter recebido mais de R$ 400 milhões por meio desses contratos.
Os investigadores apontaram que o grupo empresarial utilizava entidades de direito privado, sem fins lucrativos, para justificar a celebração de contratos e convênios diretos com o Ministério do Turismo e Unidades do “Sistema S”. Os contratos – de realização de eventos culturais e publicidade – eram, em sua maioria, superfaturados e com inexecução parcial, sendo os recursos posteriormente desviados para o grupo através de empresas de fachada.
Com a palavra, a CNI
“A Confederação Nacional da Indústria (CNI) tem conhecimento de que o presidente da entidade, Robson Braga de Andrade, está na Polícia Federal, em Brasília, prestando esclarecimentos sobre a operação deflagrada na manhã desta terça-feira (19/02). A CNI não teve acesso à investigação e acredita que tudo será devidamente esclarecido. Como sempre fez, a entidade está à disposição para oferecer todas as informações que forem solicitadas pelas autoridades.”
