Theresa May aceita deixar o comando do governo britânico em troca da conclusão do Brexit

Cada vez mais pressionada por conta da dificuldade para concluir o processo de “divórcio” do Reino Unido em relação à União Europeia, a primeira-ministra britânica, Theresa May, disse a membros do seu partido, nesta quarta-feira (27), que deixará o cargo quando o Brexit for encerrado.

“Ouvi com clareza a vontade do Partido Conservador”, disse May na reunião. “Sei que há o desejo por uma nova liderança na segunda fase do Brexit e não serei um obstáculo para isso.”

Mais cedo, um deputado conservador que participou da reunião adiantou que a premiê comprometeu-se em deixar o cargo “se o acordo for finalizado”. “Isso sugere que renunciará após a aprovação do acordo”, completou o parlamentar.


May não fixou uma data para a renúncia, mas sua saída do comando do governo deve ocorrer logo após o Parlamento britânico finalizar o acordo do Brexit. Outro parlamentar conservador disse que, apesar de May não ter estabelecido uma data para a renúncia, isso deve ocorrer em breve.

Esse processo pode se arrastar, uma vez que há no Reino Unido um movimento para que nova consulta sobre o Brexit seja realizada. Se isso acontecer, como querem os britânicos, talvez o resultado seja outro.

No último sábado (23), centenas de milhares de britânicos contrários ao Brexit tomaram as ruas do centro de Londres para exigir um novo referendo sobre o tema. Os organizadores da manifestação apontam que pelo menos um milhão de pessoas se juntaram à manifestação, que percorreu diversos marcos da capital britânica.

De acordo com a rede BBC, caso o número seja confirmado, a manifestação pode igualar o recorde de um protesto contra a invasão norte-americana do Iraque em 2003. Em outubro, outra manifestação contrária ao Brexit atraiu cerca de 700 mil pessoas.