Nova Zelândia: atirador de Christchurch responde por 50 acusações de homicídio

O atirador que fez dezenas de vítimas num ataque a duas mesquitas na cidade de Christchurch, na Nova Zelândia, enfrentará 50 acusações de homicídio e outras 39 de tentativa de homicídio, comunicou a polícia neozelandesa nesta quinta-feira (4).

A polícia acrescentou que novas acusações “ainda estão sendo consideradas”, mas não forneceu mais detalhes. O homem, o australiano Brenton Tarrant, matou 50 pessoas e feriu outras 48 nos ataques às mesquitas de Linwood e Al-Noor, em 15 de março.

Na audiência do dia seguinte ao ataque, Tarrant rejeitou seu advogado e disse que planeja se defender sozinho das acusações. O agressor permanece lúcido e sem qualquer tipo de arrependimento, afirmou na época o advogado Richard Peters – indicado na época para defender Tarrant –, que disse que o acusado não parecia ser mentalmente instável, além de expressar sua ideologia extremista. Segundo o advogado, Tarrant procura utilizar o processo para difundir sua ideologia.


Após a primeira aparição num tribunal distrital, o australiano de 28 anos será julgado pela Suprema Corte do país, devido à gravidade do caso. Ele não comparecerá pessoalmente à audiência nesta sexta-feira, mas participará por meio de um sistema de audiovisual a partir da prisão de segurança máxima de Auckland, onde está detido.

O juiz Cameron Mander rejeitou pedidos da imprensa internacional de filmar, gravar o áudio ou fotografar a audiência desta sexta-feira. Os repórteres presentes poderão fazer anotações, mas estarão sujeitos a restrições sobre o que poderão informar. A imprensa poderá usar imagens difusas do atirador, já autorizadas pela Justiça.

As restrições à imprensa são previstas por lei na Nova Zelândia, com o intuito de evitar que possíveis jurados nos casos possam ser influenciados antes mesmo de ouvirem as evidências e testemunhas na corte. Mander afirmou que a audiência desta sexta-feira tratará, principalmente, da representação legal do acusado. (Com agências internacionais)