PIB cai 0,2% no primeiro trimestre e confirma estagnação da economia; recessão desponta no horizonte

O falso messianismo “vendido” por Jair Bolsonaro durante a campanha presidencial foi pelo ralo. Que ninguém surja em cena para culpar os governos anteriores, pois ao candidatar-se o atual presidente da República conhecia a realidade brasileira, especialmente porque à época cumpria seu sétimo mandato como deputado federal. Porém, se alegar comprovará o que muitos já sabem: foi pífio como parlamentar.

Em meio à crise política e à incerteza econômica, o País não consegue enxergar o horizonte com a devida clareza. Isso porque, além das bizarrices que diariamente descem a rampa do Palácio do Planalto, a economia nacional está em ritmo de retração em retração, com queda de 0,2% no Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre, na comparação com o período imediatamente anterior. Os dados foram divulgados na manhã desta quinta-feira (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Trata-se da primeira retração na atividade econômica desde o quarto trimestre de 2016, quando a economia brasileira chegou ao nível mais baixo, antes de sair da recessão, a partir do início de 2017, conforme define o Comitê de Datação de Ciclos Econômicos (Codace), da Fundação Getulio Vargas (FGV).

A retração do PIB confirma a lenta recuperação da economia, que está muito distante do patamar pré-recessão, iniciado no segundo trimestre de 2014. Em 2017 e 2018, o PIB avançou 1,1% em cada ano, insuficiente para recuperar o recuo de 8,1% no acumulado de onze trimestres seguidos de recessão.


O desempenho do PIB do primeiro trimestre de 2019 confirma a previsão do UCHO.INFO, que há muito alerta para o perigo da estratégia do governo Bolsonaro de apostar todas as fichas na aprovação da reforma da Previdência, sem ao menos ter um “plano B”. Além disso, os desencontrados discursos dos mais distintos integrantes do governo, a começar pelo próprio presidente da República, só aumentam a desconfiança em relação ao futuro.

Como se não bastasse, a dificuldade do governo em solucionar o déficit fiscal e os tropeços palacianos diante das mais variadas questões mostram que o brasileiro deve se preparar para tempos difíceis. Não se trata de pessimismo, mas de encarar a realidade como de fato é, sem o véu fantasioso que Bolsonaro ofereceu aos eleitores durante a corrida ao Planalto.

Considerando que o PIB cresceu apenas 0,1% nos três últimos meses de 2018, em relação ao terceiro trimestre do ano passado, o quadro de paralisia econômica está confirmado. Algo que o brasileiro já havia percebido em detalhes do cotidiano, mas nesse período o governo insistiu em dourar a pílula com a ajuda de aduladores do presidente, os quais adotaram um discurso ufanista e mentiroso.

Não se pode esquecer que o ano começou com previsão de crescimento do PIB na casa de 2,5%, mas passados cinco meses as apostas estão em 1,2#%, ou seja, a projeção de avanço da economia caiu pela metade, com chance de piorar ainda mais. Entre os motivos para a queda no PIB, merece destaque a incapacidade do governo de articular politicamente no âmbito da reforma da Previdência. Isso porque Bolsonaro passou 28 anos na Câmara dos Deputados.