Mercado financeiro reduz projeção de crescimento da economia pela 14ª vez consecutiva

Consultados pelo Banco Central (BC), economistas e analistas das principais instituições financeiras em atividade no País reduziram pela 14ª vez consecutiva a projeção de crescimento da economia em 2019. É o que mostra o Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (3) pelo BC, em Brasília.

Desta vez, a projeção para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) foi reduzida de 1,23% para 1,13%. É importante destacar que o ano de 2019 rompeu com a expectativa de crescimento do PIB na casa de 2,5%. Em menos de seis meses, a estimativa caiu mais da metade. Para 2020, a projeção foi mantida em 2,50%, assim como para 2021 e 2022.

Inflação

A expectativa de inflação, calculada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), caiu de 4,07% para 4,03% este ano. Para 2020, o IPCA foi mantido em 4% para 2020, e em 3,75% para 2021 e 2022.

A meta de inflação de 2019, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), é de 4,25% com intervalo de tolerância entre 2,75% e 5,75%. A estimativa para 2020 está no centro da meta: 4%. Essa meta tem intervalo de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

Para 2021, o centro da meta é 3,75%, também com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual. O CMN ainda não definiu a meta de inflação para 2022.


Taxa básica de juro

Para controlar a inflação, o BC usa como principal instrumento a taxa básica de juro, a Selic. Para o mercado financeiro, a Selic deve permanecer no seu mínimo histórico de 6,50% ao ano até o fim de 2019.

Para o fim de 2020, a Selic permanecerá em 7,25% ao ano, segundo previsão dos analistas do mercado financeiro. Para o fim de 2021, a previsão foi mantida em 8% ao ano e para o final de 2022, segue em 7,50% ao ano.

A Selic, que serve de referência para as demais taxas de juro da economia, é a média cobrada nas negociações com títulos emitidos pelo Tesouro Nacional, registradas diariamente no Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic).

A manutenção da Selic este ano, como prevê o mercado financeiro, indica que o Copom considera as alterações anteriores nas taxas básicas de juro suficientes para chegar à meta de inflação.

Ao reduzir a Selic, a tendência é diminuir os custos do crédito e incentivar a produção e o consumo. Para cortar a Selic, a autoridade monetária precisa estar segura de que os preços estão sob controle e não correm risco de ficar acima da meta de inflação.

Quando o Copom aumenta a Selic, a meta é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque taxas de juro mais elevadas encarecem o crédito e estimulam a poupança.

Dólar

A aposta do mercado financeiro para a cotação do dólar permanece em R$ 3,80 no fim de 2019 e de 2020. (Com ABr)