Pusilânime e mitômano, Bolsonaro recorre ao absurdo para justificar declaração sobre Santa Cruz

Não bastasse sua devastadora covardia, o presidente Jair Bolsonaro sofre de delinquência intelectual, o que é muito pior e mais perigoso para a democracia, que desde o início deste ano convive com sérias ameaças de retrocesso.

Como se fosse pouco a declaração que deu a respeito do desaparecimento de Fernando Augusto de Santa Cruz Oliveira, pai do presidente nacional da OAB, Felipe Santa Cruz, o presidente da República tenta minimizar o estrago provocado por um palavrório marcado pelo desrespeito e pela desumanidade.

Nesta terça-feira (30), no afã de dos efeitos colaterais da própria declaração, Bolsonaro afirmou que não existem documentos que comprovam como se deu a morte de Fernando Santa Cruz pelos agentes da ditadura militar. Além disso, questionou a veracidade dos documentos produzidos pela Comissão Nacional da Verdade (CNV), criada pela então presidente Dilma Vana Rousseff.

“Nós queremos desvendar crimes. A questão de 1964, não existem documentos (dizendo) se matou, não matou, isso aí é balela. […] Você quer documento para isso, meu Deus do céu. Documento é quando você casa, você se divorcia. Eles têm documentos dizendo o contrário?”, disse Bolsonaro na manhã deste terça-feira ao deixar o Palácio da Alvorada.

Questionado pelos jornalistas se daria explicações sobre sua declaração perante o Supremo Tribunal Federal (STF), Bolsonaro recorreu à tergiversação, atitude típica de covardes. “O que eu sei é que não tem nada escrito de que foi isso ou foi aquilo. O meu sentimento é esse”, declarou o presidente da República.


Diante da pergunta se sua tese sobre a morte e o desaparecimento de Fernando Santa Cruz não contraria informações levantadas pela CNV, Bolsonaro mais uma vez agarrou-se à covardia e afirmou que o órgão tinha sete integrantes indicados pela ex-presidente Dilma. “Você acredita em Comissão da Verdade? Você acredita no PT?”, questionou.

Quando perguntado se poderia contestar oficialmente os documentos da Comissão Nacional da Verdade, Bolsonaro novamente mostrou-se covarde e disse não pretender “mexer no passado”.

“Pretendo respeitar a lei da anistia de 1979, é o meu sentimento, tem que ser respeitado. Até que os militares foram além do que o pessoal queria. (A abertura) Foi ampla, geral e irrestrita por exigência dos militares”, declarou.

Que Jair Bolsonaro é um ignaro com todas as letras o mundo já sabe, mas é preciso que a parcela da sociedade que tem apreço pela democracia e defende o Estado de Direito reaja à altura da pusilanimidade de um governante que já deu mostras inequívocas de que pretende implantar no País uma ditadura.

Se Bolsonaro recorre ao revanchismo ideológico para se manter no poder, pois só assim é capaz de fazer a alegria da patuleia que o adula, o caso é mais grave do que se imaginava e deve ser tratado juridicamente e no âmbito da medicina. Pior do que um covarde contumaz é o covarde com poder.

Quem acompanha o jornalismo independente do UCHO.INFO, que sempre teceu duras críticas aos governantes anteriores, sempre soube que Bolsonaro representa uma grave ameaça à democracia, além de ser desprovido de estofo para ocupar cargo de tamanha importância. Apenas seus aduladores partiram para os ataques sórdidos e as ofensas rasteiras, a exemplo do que continuam a fazer nas redes sociais. Enfim, sem merecem.