Covarde, Bolsonaro nega ter ofendido Brigitte Macron e apaga comentário deselegante em rede social

Não é novidade que o presidente Jair Bolsonaro é propulsado pelo destempero verborrágico, o que muitas vezes exige recuos e desmentidos forçados, alguns emoldurados pela covardia explícita. Mesmo assim, Bolsonaro na se constrange diante do vexame, pois continua acreditando ser o único com condições de salvar o País, apesar do seu conhecido despreparo e da crescente intolerância.

Na manhã de terça-feira (27), Bolsonaro, em sua costumeira parada à porta do Palácio da Alvorada para conversar com os jornalistas, disse, com doses de irritação, que não ofendeu a esposa do presidente da França, Emmanuel Macron, ao comentar em rede social postagem de um apoiador.

Ameaçando encerrar a entrevista, o que aconteceu em seguida, o presidente disse que a resposta ao internauta (“Não humilha, cara. Kkkkkkk”) não foi um comentário jocoso e deselegante, mas um pedido para que o autor da postagem moderasse.

Quem conhece Jair Bolsonaro sabe que moderação não é o seu forte, como demonstra os 28 anos em que o agora presidente da República passou na Câmara dos Deputados, período em que, sem produzir algo em prol do País, protagonizou polêmicas das mais diversas, com direito a ofensas a mulheres e exaltação a torturadores.

Sempre exibindo educação típica de um estrabaria de quartel, Bolsonaro não aceita o contraditório e tentou “sair das cordas” no episódio das queimadas na Amazônia com a decisão tosca e cafajeste de atacar Brigitte Macron. O que deveria ser mais um destampatório no currículo de Bolsonaro, acabou produzindo efeitos colaterais inesperados e comprometedores, a ponto de a comunidade internacional ter se voltado contra o presidente brasileiro por conta de uma atitude, machista, misógina e sexista.


Despreparado e sem estofo para estar na Presidência da República, Bolsonaro precisa aprender urgentemente que questões de Estado exigem parcimônia para serem dirimidas e devem ser tratas no campo da impessoalidade. Como o presidente não sabe como cumprir as absurdas promessas de campanha, lhe resta apenas abrir o estoque de estultices para fazer a alegria da massa ignara que o apoio e endossa seu comportamento absurdo e rasteiro.

Covarde e sempre apoiado na delinquência intelectual, Jair Bolsonaro não teve grandeza suficiente para pedir desculpas a Brigitte Macron, o que poderia minimizar as reações adversas de uma atitude que beirou a canalhice. Além disso, esposas de chefes de Estado (ou maridos) não devem ser levadas ao tabuleiro das discussões internacionais. Por isso espera-se de um estadista doses mínimas de diplomacia.

Desprovido de coragem para assumir o erro grosseiro que cometeu com a primeira-dama da França, Bolsonaro apagou o comentário na postagem feita por seu seguidor, em que Brigitte Macron foi ridicularizada na esteira de comparação com Michelle Bolsonaro.

A assessoria de imprensa do Palácio do Planalto informou que não falaria sobre a exclusão do comentário, ressaltando que foi o próprio presidente que publicou o polêmico e deselegante texto.

Se o presidente brasileiro faz da jovialidade da esposa (tem 27 anos a menos) uma espécie de “troféuzinho de progesterona”, como escreveu o editor do UCHO.INFO em recente artigo, e acredita que pode ofender a torto e direito mulher com mais idade, está-se diante de um caso que requer ajuda médica, apenas porque por enquanto ele decide os futuros da nação. Não fosse esse detalhe político, era o caso de apenas lamentar pela vastidão da ignorância.