Crise ambiental: Bolsonaro cancela participação em encontro sobre Amazônia, na Colômbia

O presidente Jair Bolsonaro cancelou sua participação em reunião com líderes dos demais países da região amazônica, afirmou o porta-voz do palácio do Planalto, Otávio do Rêgo Barros.

A reunião marcada para a próxima sexta-feira (6) na cidade de Letícia, na Colômbia, havia sido agendada após a comoção internacional e as críticas recebidas pelo governo brasileiro em relação às queimadas na Amazônia. Além de Bolsonaro, estariam presentes na reunião os presidentes da Colômbia, Peru, Equador, Bolívia, Guiana e Suriname. Apesar de fazer parte da região, a Venezuela não foi convidada.

A intenção do governo era que, ao final do encontro, os países vizinhos assinassem uma declaração conjunta em favor da defesa da soberania nacional brasileira e contra o que Bolsonaro classifica de uma ameaça de “internacionalização” da região amazônica, o que não procede. O presidente age para contemplar os interesses dos ruralistas, mas usa o discurso sensacionalista para desviar a atenção da opinião pública.

“Por questões de orientação médica, o presidente precisará a partir da sexta-feira entrar em dieta líquida. A consequência disso é praticamente inviabilizar uma viagem a Letícia nesse momento”, disse Rêgo Barros.


O governo está avaliando a possibilidade de enviar um substituto de Bolsonaro a Letícia, “ou eventualmente a postergação, a fim de que o próprio presidente, pela importância que ele atribuiu ao tema, possa estar presente em uma futura reunião”, disse o porta-voz.

No próximo domingo (8), Bolsonaro será submetido a cirurgia para a retirada de uma hérnia surgida no local das intervenções anteriores, feitas em razão da facada de que foi alvo na campanha eleitoral do de 2018. O agora presidente da República foi atingido durante ato de campanha na cidade mineira de Juiz de Fora, em 6 de setembro ao ano passado.

Em agosto deste ano, foram registrados 30.901 focos de incêndio no bioma Amazônia, segundo dados do Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Trata-se do maior número registrado para o mês de agosto desde 2010, quando foram registrados 45.018 focos.

Especialistas afirma que os incêndios devem aumentar ainda mais em setembro. Registros dos últimos 15 anos indicam que o número de focos de queimada em setembro costuma ultrapassar os de agosto, com exceção de 2010. (Com agências de notícias)