Bolsonaro viaja para participar de Assembleia da ONU, mas encontro com Trump não está confirmado

O presidente Jair Bolsonaro viajou nesta segunda-feira (23) para Nova York, nos Estados Unidos, onde participará da abertura da 74ª Assembleia-Geral das Nações Unidas. O avião com a comitiva presidencial partiu da Base Aérea de Brasília por volta das 7h e a chegada está prevista para as 14h55.

Na terça-feira (24), Bolsonaro tem encontro confirmado com o secretário-geral da ONU, o português António Guterres. No mesmo dia, acontece seu pronunciamento na Assembleia Geral.

Desde 1947, quando o então ministro Oswaldo Aranha discursou na ONU, um presidente brasileiro, por tradição, faz o discurso de abertura da Assembleia-Geral. Daquele ano até hoje, muitos presidentes discursaram na sede da ONU, com direito a declarações relevantes e outras nem tanto. E no caso de Bolsonaro deverá prevalecer o segundo cenário, já que a política internacional do governo é de confronto, não de diálogo.

Não estão previstos encontros bilaterais de Bolsonaro com outros chefes de Estado. A previsão é que o presidente da República retorne ao Brasil na noite de terça-feira.

A agenda do presidente brasileiro também inclui, de acordo com informações do Palácio do Planalto, um encontro com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mas ainda não há detalhes sobre a agenda.


Trump não confirma encontro

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta manhã que Bolsonaro “é um bom homem”, mas não confirmou o anunciado encontro entre ambos.

O inquilino da Casa Branca fez a observação sobre Bolsonaro quando, ao deixar reunião na sede da ONU, foi questionado por duas jornalistas brasileiras sobre a possível reunião com Bolsonaro, em Nova York.

Jair Bolsonaro chegou a anunciar que se reuniria com Trump, mas o compromisso não consta em sua agenda oficial, assim como não foi confirmado pelo Itamaraty. O presidente do Brasil tem agenda limitada em NY por conta da sua recuperação após cirurgia para correção de hérnia incisional.

Sobre a fala de Trump a respeito do presidente brasileiro – “é um bom homem” – pode-se concluir que beira a irresponsabilidade dar crédito ao norte-americano. Afinal, não se deve considerar como “bom” quem homenageia ditadores, exalta a memória de torturadores, insiste na discriminação e defende o discurso de ódio.