Em nova reviravolta, Eduardo Bolsonaro assume a liderança do PSL, mas outras manobras são aguardadas

Reza a lenda que na política “a vingança é um prato que se come frio”. Isso pressupõe que nem todo recuo pode ser classificado como derrota, mas, sim, como estratégia para eventual revanche. E esse adágio popular cabe de forma precisa na realidade vivida pelo PSL na Câmara dos Deputados, onde a briga pela liderança da legenda começou a semana com mais um novo e surpreendente capítulo.

Líder do partido na Câmara, o deputado Delegado Waldir (PSL-GO) divulgou vídeo na manhã desta segunda-feira para comunicar que reconhece a derrota. Com isso, o PSL passará a ser liderado pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do presidente da República, que até recentemente estava debruçado sobre o projeto que poderia levá-lo ao comando da Embaixada brasileira em Washington (DC).

No vídeo, o parlamentar goiano disse estar à disposição do novo líder, mas lembrou que não esse subordinará a qualquer presidente, lembrando que a Constituição Federal prevê que o Executivo não deve interferir nos outros Poderes constituídos.

“Já estarei à disposição do novo líder para de forma transparente passar para ele toda a liderança do PSL”, afirmou Delegado Waldir.

“Queria agradecer aos parlamentares que confiaram nesse nosso projeto, dizer que não sou subordinado a nenhum governador, nenhum presidente, mas sim ao meu eleitor e vou continuar defendendo todas as prerrogativas do parlamento. Nós não rasgamos a Constituição ainda, nós não rasgamos a Constituição. A Constituição prevê que o executivo não deve interferir no parlamento em nenhuma ação”, completou Waldir.


Na sequência, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), assinou ofício em que registra o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) como novo líder do PSL. O nome do filho do presidente Jair Bolsonaro já aparece no sistema da Câmara como do PSL.

Mais cedo, o líder do governo na Câmara, deputado Vitor Hugo (PSL-GO), espécie de estafeta de luxo do Palácio do Planalto, protocolou mais uma lista pedindo a alteração da liderança do partido na Casa. Foram 29 assinaturas a favor de Eduardo Bolsonaro. Para a troca de liderança é preciso apoio de mais da metade da bancada da legenda, ou seja, 27 assinaturas, já que o PSL tem 53 deputados federais.

No mesmo vídeo, o deputado afirmou que a Executiva nacional do PSL decidiu pela retirada da ação que pedia a suspensão das atividades partidárias de cinco deputados: Alê Silva (MG), Bibo Nunes (RS), Carla Zambelli (SP), Carlos Jordy (RJ) e Filipe Barros (PR).

Por outro lado, o grupo ligado ao presidente nacional do PSL, deputado federal Luciano Bivar (PE), reagiu à confirmação de Eduardo Bolsonaro como líder do partido na Câmara dos Deputados. Uma nova lista já está circulando para que o Delegado Waldir retorne a liderança do partido na Casa. Mesmo assim, fala-se nos bastidores do partido em um terceiro nome para assumir a liderança, o que está sendo considerado como alternativa para garantir a pacificação na sigla.