Ex-presidente da Bolívia, Evo Morales já está na capital mexicana, onde recebeu asilo político

Menos de 48 horas após renunciar à Presidência da Bolívia, decisão tomada na esteira de golpe cívico-militar como forma de evitar uma convulsão social, Evo Morales chegou ao México na manhã desta terça-feira (12) – horário local. Na capital mexicana, Morales permanecerá em asilo político, ofertado pelo governo de Andrés Manuel López Obrador.

Na noite anterior, momentos antes de deixar a Bolívia, Morales usou o Twitter para deixar uma mensagem aos conterrâneos: “Irmãs e irmãos, estou indo para o México. Dói abandonar o país por razões políticas, mas estarei sempre atento. Em breve voltarei com mais força e energia.”

Evo Morales embarcou na noite de segunda-feira em avião militar do governo mexicano, após decolar da cidade de Chimoré, na região de Cochabamba, antigo reduto do ex-presidente e para onde ele se seguiu depois de renunciar ao cargo.

Antes da aeronave decolar, o ministro do Exterior mexicano, Marcelo Ebrard, postou no Twitter uma foto com Morales sentado dentro da aeronave, com uma bandeira mexicana no colo. “Já decolou o avião da Força Aérea Mexicana com Evo Morales a bordo”, escreveu Ebrard. “De acordo com as convenções internacionais vigentes, ele está sob proteção do México. Sua vida e sua integridade estão a salvo”.completou o ministro mexicano.


O governo do México afirmou, na segunda-feira, que concedera asilo político a Evo Morales depois de uma crise decorrente de suspeitas de fraude na recente eleição presidencial, que deixou o país sul-americano com preocupante vácuo de poder.

“A ministra do Interior do México, Olga Sánchez Cordero, decidiu conceder asilo político a Evo Morales. A sua vida e integridade física estão ameaçadas”, disse Ebrard, durante coletiva de imprensa na Cidade do México.

Marcelo Ebrard havia anunciado, no domingo (10), que o governo do México oferecera asilo a Morales após ter recebido na embaixada do país em La Paz funcionários e parlamentares bolivianos.

Na madrugada desta terça-feira, o ministro da Defesa boliviano, Javier Zavaleta López, também renunciou, citando os eventos dos últimos dias ao anunciar sua decisão pelo Twitter.

“O Estado que construímos é uma Bolívia onde um militar deveria encarar a defesa de sua pátria ao lado de seu povo, e não contra ele”, ressaltou Zavaleta López, ressaltando que jamais deu ordem “para que nossos soldados e marinheiros empunhem uma arma contra seu povo e jamais a daremos”. (Com agências de notícias)