Em discurso no plenário do Senado, Telmário Mota “pede a cabeça” do ministro de Relações Exteriores

Durante discurso no plenário do Senado, nesta segunda-feira (18), o senador Telmário Mota (Pros-RR) cobrou do presidente da República a demissão do ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo. Na opinião do senador roraimense, o chanceler tem colocado crenças ideológicas acima dos interesses do Estado.

Para o parlamentar, a boa relação entre os países que integram o Mercosul é essencial para o desenvolvimento do Brasil. No entanto, o senador ressaltou em seu discurso que essa não é a política que tem sido adotada pelo ministro.

Telmário Mota afirmou que o chanceler tem desrespeitado o artigo 4° da Constituição Federal, que que é clara ao estabelecer: “A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações”.

“O presidente Jair Bolsonaro tem que demitir esse tal de Ernesto Araújo porque ele é um antipatriótico, é um anti América Latina, é um desintegrador do nosso continente”, criticou Telmário.


Dando sequência ao revanchismo ideológico fermentado por Jair Bolsonaro, o chefe do Itamaraty tem pautado a política externa brasileira pela régua do combate implacável à esquerda, como se a democracia existisse sem o equilíbrio de forças opostas.

O pífio trabalho de Ernesto Araújo à frente do Itamaraty começa a apresentar resultados negativos, como, por exemplo, o fracasso que marcou os recentes leilões de petróleo da cessão onerosa. Sem atrair o interesse de investidores estrangeiros, o Palácio do Planalto teve de se contentar com a participação minoritária dos chineses em consórcio com a Petrobras, que arrematou um dos principais blocos ofertados.

Não obstante, a postura do governo brasileiro no campo da política externa é demasiadamente preocupante, pois sem relações diplomáticas isentas de ideologia o País caminhará para um cenário de dificuldades. Endossada pelo chanceler, a decisão de Bolsonaro de não comparecer à posse do novo presidente da Argentina é um dos exemplos de diplomacia emoldurada pela ideologia.

Além de ser um dos principais parceiros comerciais do País, a Argentina exerce papel importante no protagonismo que o Brasil tem na América do Sul. Sem a parceria com os argentinos, as pretensões regionais do Brasil perdem força. (Com Agência Senado)