Caneta de chumbo – Ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, o ministro Gilmar Mendes, que participa do julgamento da Ação Penal 470 (Mensalão do PT), disse que há provas abundantes no referido processo e afirmou que a Justiça recorre às “testemunhas mudas” para embasar o delito. “Nem todos os fatos estão na nossa visão direta. Existem fios secretos e invisíveis aos olhos do corpo, mas visíveis à alma”, disse o ministro.
Acompanhando o voto do ministro-relator, Gilmar Mendes condenou por corrupção ativa os réus Marcos Valério, Cristiano Paz, Ramon Hollerbach, Rogério Tolentino e Simone Vasconcelos. Contundo, o magistrado que foi chantageado por Lula antes do início do julgamento, absolveu Andeson Adauto e Geiza Dias.
Em relação ao núcleo político do item em julgamento, Mendes condenou o ex-chefe da Casa Civil, José Dirceu de Oliveira e Silva, e o ex-presidente do PT, José Genoino, e o tesoureiro da legenda à época do escândalo, Delúbio Soares.
Com o voto do ministro Gilmar Mendes, o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, já conta com sete votos pela condenação. José Genoino está igualmente condenado, pois o voto do ministro formou maioria na Corte. Contra Genoino votaram, além de Mendes, os ministros Joaquim Barbosa, Rosa Weber, Luiz Fux, Dias Toffoli e Cármen Lúcia.
José Dirceu, que foi absolvido por Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli, já tem cinco votos pela condenação por corrupção ativa. Entenderam ser procedente a acusação contra Dirceu os ministros Joaquim Barbosa (relator), Rosa Maria Weber, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Gilmar Mendes.