Acusado de tráfico internacional de drogas, vice de Nicolás Maduro é alvo de sanções dos EUA

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O vice-presidente da Venezuela, Tareck el-Aissami, foi alvo de sanções impostas pelo governo dos Estados Unidos, na segunda-feira (13), por causa de seu “papel significativo no tráfico internacional de drogas”.

As sanções do Departamento do Tesouro norte-americano incluem também o empresário venezuelano Samark José López Bello, que teria agido como “testa de ferro” de Aissami ao proporcionar “material, apoio financeiro, bens e serviços em apoio de atividades de tráfico internacional de narcóticos”.

A medida, fruto de anos de investigações, deverá acirrar as tensões entre a Casa Branca e o Palácio de Miraflores. Aissami é a autoridade venezuelana de mais alto escalão a sofrer punições impostas pelos EUA.

As sanções implicam no bloqueio dos ativos de Aissami e López Bello sob a jurisdição dos EUA e os impede de fazer transações com cidadãos norte-americanos. Elas afetam 13 empresas de propriedade ou controladas pelo empresário com sede nos EUA, Venezuela, Panamá, Reino Unido e nas Ilhas Virgens Britânicas.

Em comunicado, o Departamento do Tesouro informou que a inclusão de um membro do governo venezuelano na lista de sancionados “não significa que o governo em si também esteja bloqueado”.

O comunicado alerta que “os cidadãos americanos devem ser cautelosos em suas relações com o governo [venezuelano] para assegurar que não estejam envolvidos em transações, diretas ou indiretas, com uma pessoa da lista”.


Tarek el-Aissami, de 42 anos, que era governador do estado de Aragua, foi guindado ao cargo de vice-presidente da Venezuela pelo tiranete Nicolás Maduro, em 4 de janeiro.

“A recente nomeação de Tareck el-Aissami por parte de Nicolás Maduro lhe põe na linha sucessória para, possivelmente, se transformar no próximo líder da Venezuela, o que é extremamente preocupante em razão de seus vínculos comprovados com o narcotráfico e organizações terroristas”, afirma o Tesouro americano.

As sanções são impostas após o pedido feito por um grupo de 34 parlamentares americanos ao presidente dos EUA, Donald Trump, na semana passada, para que tomasse medidas imediatas para punir funcionários do governo venezuelano que estariam se beneficiando de supostas violações de direitos humanos.

Velhos conhecidos

Não é a primeira vez que a Venezuela assiste a acusações contra autoridades em função do tráfico de drogas. Ex-presidente da Assembleia Nacional venezuelana e um dos próceres do chavismo, Diosdado Cabello foi investigado por tráfico de drogas. Na investigação, comandada pelas promotorias de Nova York e Miami, com a participação da DEA (Drug Enforcement Administration) uma força de elite antidrogas, Cabello sempre foi considerado o “cabeça” do tráfico de drogas na Venezuela, em função de declarações de ex-traficantes, militares desertores e informantes.

Além de Diosdado Cabello, foram alvo das investigações o próprio Tareck el Aissami e o ex-diretor da inteligência militar da Venezuela, Hugo Carvajal, que desde 2008 é acusado pelos EUA de participar de missões de narcotráfico com a guerrilha colombiana das FARC. Outras autoridades venezuelanas entraram no radar dos Estados Unidos por caso do envolvimento com o tráfico de drogas: o chefe da Guarda Nacional, Néstor Reverol; David Cabello (irmão de Diosdado); e o general Luis Motta Domínguez, da Guarda Nacional Bolivariana.

Em outro episódio, em novembro de 2015, dois sobrinho de Cilia Flores – esposa de Nicolás Maduro – foram presos no Haiti por tráfico de drogas. Na ocasião, Franqui Francisco Flores de Freitas e Efrain Antonio Campo Flores foram levados a Nova York, a pedido da promotoria de Manhattan. (Com agências internacionais)

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