Acusados da morte de Celso Daniel foram ameaçados pelo ex-deputado petista Luiz Eduardo Greenhalgh

Começa a clarear – O castelo de areia que o PT ergue em volta do caso da morte de Celso Daniel, em 2002, começa a desmoronar. O partido desde então defende a tese de crime comum, mas cada vez mais o viés político da ação fica evidente.

De acordo com o Ministério Público paulista, Celso Daniel foi seqüestrado e morto porque discordou do destino dado ao dinheiro da propina arrecadada em Santo André, importante e próspera cidade do ABC. O produto da corrupção tinha como objetivo o financiamento de campanhas do Partido dos Trabalhadores naquele ano, a começar pela de Lula, mas acabou servindo para engordar o patrimônio de um grupo restrito de “companheiros”, sendo que alguns deles compraram imóveis luxuosos em cidades ao redor da capital paulista.

No julgamento desta quinta-feira (10), em Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo, três dos acusados pelo assassinato de Celso Daniel afirmaram em seus depoimentos que por ocasião da prisão foram ameaçados pelo ex-deputado federal Luiz Eduardo Greenhalgh, do PT, que em algumas gravações feitas pela polícia destila frieza ao tratar da morte do então companheiro de legenda.

José Edison, um dos acusados, disse em depoimento que, no ato da prisão, Greenhalgh se passou por seu advogado. Ou seja, para esconder a verdade sórdida de um partido político um advogado é capaz de abandonar a ética ao relento.

A família de Celso Daniel, que passou uma temporada refugiada na Europa por causa das ameaças decorrentes do caso, insiste na tese de que o crime foi político. O que se deve considerar que o crime foi cometido por divergências entre os integrantes da cúpula do PT. Ou seja, trata-se de um crime partidário, que teve a política como pano de fundo. Se o juiz e o promotor conduzirem o júri com excesso de destreza, por certo arrancarão a verdade dos acusados, pois por enquanto os idealizadores do crime estão em liberdade.

Confira abaixo os principais trechos das gravações telefônicas do caso Celso Daniel, divulgadas à época com exclusividade pelo ucho.info. Em uma delas, o atual ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência da República, e Ivone Santana tratam a morte de Celso Daniel com frieza.

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