Alemanha deporta 125 afegãos que tiveram pedidos de asilo negados

(D. Maurer - DPA)
(D. Maurer – DPA)

Ministro do Interior da Alemanha, Thomas de Maizière confirmou nesta quarta-feira (24) que o país enviou um avião repleto de refugiados afegãos de volta ao Afeganistão. Os 125 refugiados que pousaram em Cabul receberão, inicialmente, apoio financeiro de Berlim.

O ministro enfatizou que eles “não tinham perspectivas de poder ficar na Alemanha”, já que as autoridades negaram os respectivos pedidos de asilo. Trata-se do primeiro voo organizado pelo governo alemão – e executado pela Organização Internacional para as Migrações – exclusivo para transportar migrantes de volta aos países de origem.

“O retorno voluntário e, em caso de necessidade, o apoio financeiro é de grande importância”, afirmou De Maizière. “Ele contribui para a importante tarefa de reconstrução do Afeganistão.”

De forma repetida, o ministro disse que, apesar dos ataques dos radicais islâmicos do Talibã, há diversas regiões seguras no Afeganistão para as quais os refugiados podem retornar.


A Alemanha tem pedido que cidadãos do Afeganistão fiquem no país, em um claro esforço para conter o fluxo de migrantes. De Maizière afirmou ser importante que a Alemanha ‘ajude as pessoas a ajudarem a si mesmas’ em países devastados em termos econômicos, políticos e sociais. O ministro acrescentou que tal trabalho pode ser a chave para resolver a crise de refugiados.

Thomas de Maizière tem programado para a próxima uma visita a países do norte da África, onde pretende negociar o retorno de requerentes de asilo que tiverem seus pedidos negados. Os governos de Argélia, Marrocos e Tunísia prometeram apoiar a iniciativa, embora ainda existam obstáculos burocráticos a ser esclarecidos.

Berlim também tem pressionado outros países africanos, incluindo Benin, Senegal, Guiné-Bissau, Níger, Nigéria e Sudão, a aceitarem de volta aqueles que tiverem seus pedidos de asilo negados na Alemanha. Enquanto isso, organização defensoras dos refugiados condenam a medida, alegando condições muitas vezes frágeis de segurança nos países de origem. (Com agências internacionais)