Alguns advogados da cidade de São Paulo ofereciam facilidades com a AGU sem qualquer sinal de rubor

Banca de negócios – O fato de a Operação Porto Seguro ter resvalado na Advocacia-Geral da União, culminando com o afastamento de José Weber Holanda Alves, segundo na hierarquia do órgão depois de Luís Inácio Adams, deve levar a Polícia Federal a investigar mais profundamente o caso.

Longe de derramar dúvidas e suspeitas sobre os integrantes da AGU, mas na cidade de São Paulo há pelo menos uma dúzia de conhecidos advogados vendendo facilidades no órgão, em especial para conseguir pareceres técnicos ou impedir que a União se manifeste em determinadas ações judiciais em que é ré.

Trata-se de um esquema aparentemente muito bem orquestrado, em que os advogados falam com muita tranquilidade sobre o assunto, inclusive citando nomes de integrantes da AGU. Há alguns meses, um renomado advogado, com suntuoso escritório fincado no elegante bairro do Jardim América, ofereceu seus serviços para que em uma ação de indenização a União não recorresse da decisão judicial condenatória.

Em outras palavras, o esquema é altamente criminoso e de amplitude inimaginável. Ou o governo investiga o assunto a fundo, ou a credibilidade da Advocacia-Geral da União irá pelo ralo. Sem contar que o sonho do advogado-geral Luís Inácio Adams ser indicado para o Supremo Tribunal Federal virou pesadelo e dos grandes.