Apesar de críticas da ONU, Áustria prepara lei para dificultar entrada de imigrantes afegãos

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Diante de número recorde de pedidos de asilo em 2015, o governo da Áustria propôs nesta terça-feira (3) um projeto de lei severo para deter a entrada de afegãos. A Agência das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) fez duras críticas pela possibilidade de aumentar o sofrimento dos imigrantes.

A medida surge após o pedido do ministro do Interior da Alemanha para que os afegãos, que representam uma grande porção das centenas de milhares de imigrantes que procuram refúgio na Europa, permaneçam em seu país de origem.

A nova lei austríaca obrigaria a maioria dos afegãos a esperar três anos, em vez de um ano como determina a legislação atual, para poderem levar parentes à Áustria. Eles também teriam de comprovar fonte de renda independente, plano de saúde e a posse provisória de um apartamento.

A Áustria é a primeira nação do oeste europeu que os milhares de imigrantes do Oriente Médio e região alcançam durante sua jornada, além de ser uma das principais rotas para aqueles que querem seguir para a Alemanha e o norte da Europa.

“Esta é uma decisão política. Tornar as regras da reunificação familiar mais rígidas afeta principalmente os afegãos”, declarou a ministra do Interior austríaca, Johanna Mikl-Leitner, à rádio ORF ao explicar o projeto de lei. “É importante para nós criar regras claras e, obviamente, diminuir o atrativo (representado pela Áustria)”, completou Johanna.

O escritório vienense da Acnur criticou de imediato as novas regras de reunificação familiar, que de acordo com a entidade irão aumentar o sofrimento pessoal e atrapalhar a integração. Muitos imigrantes são homens jovens que esperam poder levar seus parentes assim que encontram asilo na Europa.

“Se maneiras legais (de imigrar) estiverem sendo cortadas, as pessoas irão usar traficantes de pessoas e assumir riscos maiores do que foi o caso até agora para poderem se reunir às suas famílias e viver com elas em segurança”, declarou Christoph Pinter, chefe da Acnur da Áustria.

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