Aplicativo brasileiro permite troca de mensagem sem conexão com internet; grupo busca parcerias

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Os brasileiros Marcos Borges, Ana Cecília Nunes e Fabio Daneze foram selecionados para o programa Alpha do Web Summit, com direito a ir a Dublin, na Irlanda, apresentar o aplicativo que desenvolveram em Porto Alegre (RS). O Popin é uma plataforma que permite a troca de mensagens sem conexão com a internet. Ele está disponível para iOS, e funciona com Bluetooth Low Energy, que consome pouca bateria.

No período em que estiveram na Europa, os brasileiros fizeram networking. “Fizemos contato com pessoas que têm negócios semelhantes e com interessados nessa área de comunicação. Participar do Web Summit, depois de todo o processo de seleção, é um reconhecimento. Na questão estratégica, é muito importante a proximidade com grandes startups”, ressalta Ana Cecília, analista de negócios e marketing.

Como prêmio, os participantes do programa Alpha ganham um estande para expor o projeto por um dia durante do evento.

A ideia que motivou a criação do Popin foi aproximar pessoas desconhecidas que estão perto umas das outras e dentro do raio de alcance do Bluetooth. “As redes sociais são muito boas para conectar quem já se conhece. O app funciona em locais muito cheios, como estádios, ou sem sinal de internet, como metrô”, destaca Borges, designer e desenvolvedor.

O sinal de internet só é necessário no primeiro login, pois é realizado a partir do perfil do usuário no Facebook. Depois disso, enquanto o Popin estiver sendo executado, o Bluetooth basta.

A paquera pode ser um de seus principais usos, mas a ferramenta também pode ajudar profissionalmente, facilitando a troca de contatos com o envio de cartões de visita. “Nós enxergamos alguns usos, mas as pessoas podem encontrar suas maneiras”, diz Ana Cecília.

Vale destacar que o Popin ainda está em fase de testes. Segundo Borges, no primeiro fim de semana, foram feitos 2 mil downloads. “Chegamos a ter 4 mil usuários no Brasil, mas esse número caiu porque ainda não fizemos uma campanha de divulgação muito grande”, explica.

Para funcionar bem, o Popin precisa estar disseminado entre pessoas que estejam fisicamente perto das outras. Para isso, será necessário focar em públicos específicos. “Estamos montando estratégias com universidades e eventos. Assim, teremos pessoas próximas usando o app”.

A funcionalidade mais curiosa da ferramenta é o recurso das mensagens secretas de texto ou imagem. Quando utilizado, o balão de diálogo esconde as palavras ou a foto com uma textura aplicada sobre o conteúdo, que só fica visível usando o recurso da lupa. Se o receptor da mensagem tirar um print da tela, na tentativa de “montar a foto”, o aplicativo envia um alerta a quem a enviou e apaga o arquivo da memória do celular.

No mais, o app traz um carrossel, que permite enviar um card do perfil no Facebook. Isso substitui o envio da URL – normalmente de difícil memorização. Os desenvolvedores trabalham na implantação de cards do LinkedIn.

Nas próximas versões do Popin, deve ser possibilitada a criação de uma lista de amigos. Depois, a ideia fazer com que o aplicativo funcione também via internet, “para quem quiser manter contato mesmo longe”, afirma Borges.

O app também está disponível para Apple Watch. A empresa atualmente trabalha na elaboração de uma versão para Android.

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