Maranhão: apoio de Dilma e Lula ao comunista Flávio Dino deve reforçar o jogo pesado nos bastidores

Reis do ringue – A decisão da presidente Dilma Rousseff e do seu antecessor, o lobista Luiz Inácio da Silva, de abandonar o clã de José Sarney nas eleições de 2014 para garantir apoio a Flávio Dino, ex-deputado federal e candidato do PCdoB ao governo do Maranhão, deve ter consequências imprevisíveis. É fato que jamais deve-se desprezar a força da máquina do governo em uma eleição, mas Dino, que na última eleição por pouco não derrota Roseana Sarney, também pode capitalizar a parte negativa do governo petista.

Dilma é um fracasso à frente do governo federal e sua equipe econômica tem colecionado um fiasco atrás do outro. Fora isso, se o governo petista fosse eficiente como anuncia a propaganda oficial, o Maranhão já teria deixado para trás a condição de mais pobre estado brasileiro. Não custa lembrar que o governo de Dilma Rousseff flana a bordo do slogan “País rico é país sem pobreza”.

A estratégia petista de apoiar Flávio Dino, atual presidente da Embratur, e abandonar o grupo político liderado por José Sarney tem a intenção terceira de impedir uma aliança local entre o PSB e o PCdoB, o que abriria palanque no estado para a candidatura Eduardo Campos – Marina Silva, não necessariamente nessa ordem.

O efeito colateral maior dessa decisão pode surgir de maneira camuflada no Congresso Nacional, onde o senador José Sarney consegue interferir em decisões de interesse do Palácio do Planalto. Isso porque o golpe petista é duro e rasteiro. Se decidir concorrer ao Senado Federal, como previsto, Roseana terá de renunciar ao cargo e entregar o governo maranhense ao vice, o petista Washington Luiz Oliveira.

Dilma Rousseff precisará aprovar no parlamento matérias de seu interesse, que servirão como base para sua campanha. Mas a queda de braço deve se acirrar, porque o candidato da “famiglia” Sarney, o atual secretário Luís Fernando Silva (Infraestrutura), não decola nas pesquisas e poderá contar com a máquina estadual em sua plenitude na corrida rumo ao Palácio dos Leões.

Tirante o candidato do clã, problemas também sobram na seara de Roseana, que corre o risco de enfrentar problemas em sua campanha ao Senado em função da péssima administração. Fosse pouco, matérias sobre o caos em que se transformou o Maranhão já circulam com a chancela do governo petista de Dilma. Em suma, será briga de tubarões da política, em oceano turvo que mesclará José Sarney e Lula.