Após ficar em cima do muro e de “salto alto”, Aécio aceita ingresso do PSDB no governo Temer

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Se há entre os humanos alguém que seja a “fulanização” da incompetência, esse é o senador Aécio Neves (MG), presidente nacional do PSDB e supostamente líder da oposição. Contudo, um político que sequer tem opinião própria não merece tão desafiadora tarefa.

Preocupado apenas e tão somente com o seu futuro político-eleitoral, Aécio de chofre rechaçou a possibilidade de o PSDB integrar um eventual governo de Michel Temer. O senador mineiro foi além e ameaçou de punição quem aceitasse qualquer convite do vice-presidente da República, que dentro de algumas semanas poderá ocupar o principal gabinete do Palácio do Planalto.

Tão pífio como político quanto a oposição que seu partido faz ao desgoverno de Dilma Rousseff, o líder dos tucanos sequer pensou na necessidade de o País sair do atoleiro em que se encontra a partir de um movimento de renovação suprapartidário e livre de interesses espúrios.

De olho na corrida presidencial de 2018, Aécio Neves movimenta-se nos bastidores para tentar transformar em realidade o sonho de um garoto mimado que só ingressou na seara política porque vivia na barra do paletó do avô, Tancredo Neves. No caso de o governo de Michel Temer conseguir alguma pequena dose de sucesso nessa espinhosa missão, Aécio terá concorrente na próxima eleição presidencial.


Um dos tucanos que entraram na mira de Temer é o senador e ex-governador José Serra, que dentre os políticos atuais é, de longe, o mais preparado em todo o País. Serra também sonha em chegar ao Palácio do Planalto e uma eventual e bem sucedida participação no governo Temer pode cacifá-lo para a disputa.

Agora, depois da descabida decisão de proibir a participação de tucanos no eventual governo de Michel Temer, o presidente do PSDB mudou de ideia e já aceita o que condenou logo de início e pensando apenas nos próprios interesses.

Essa postura míope de Aécio Neves ficou clara na declaração dada para anunciar sua mudança de posição. “Se amanhã o presidente Michel Temer optar por querer nossa participação, deverá fazer institucionalmente com a direção do partido, que não deverá se opor”, disse o presidente do PSDB, que depois de descer do muro acabou por subir no salto alto.

Quem conhece os bastidores do tucanato sabe que Aécio e Serra não se suportam, desde quando o ex-governador de São Paulo concorreu pela segunda vez ao Palácio do Planalto, em 2010. No dia em que José Serra deixar o PSDB – e falta pouco para que isso ocorra –, o partido ficará sem nome à altura para qualquer disputa eleitoral de porte. Sobrará, se tanto, Geraldo Alckmin, que em São Paulo vem trocando os pés pelas mãos. Enfim…

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