Após morte de estudante em escola invadida, Gleisi diz que invasões são “incríveis lições de cidadania”

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Durou pouco a preocupação da senadora Gleisi Helena Hoffmann (PT-PR) com a morte do estudante em escola invadida de Curitiba. Poucas horas após de emitir uma relutante nota de pesar pela morte de um estudante, esfaqueado por um colega depois de sessão de drogas, Gleisi fez elogios delirantes a uma estudante que defendeu as invasões de escolas na Assembleia Legislativa do Paraná.

Segundo Gleisi, “Ana Julia Ribeiro, 16 anos, estudante secundarista, durante discurso na Assembleia Legislativa do Paraná, dá uma verdadeira aula de política, cidadania e se pronuncia em defesa de todos estudantes das escolas ocupadas. Ana Julia, você é uma guerreira. Um verdadeiro exemplo de resistência, de luta e a esperança de um futuro digno. Parabéns, menina. Você arrasou!”

A estudante, ligada a UBES, movimento comandado pelo PCdoB, esteve na Assembleia paranaense com discurso ensaiado e fez uma defesa exaltada das invasões, que seriam uma demonstração da preocupação dos estudantes com a qualidade do ensino. Esqueceu as denúncias de uso álcool, drogas e orgias sexuais nas invasões.


Um desses casos, aliás, foi comprovado pela morte de Lucas Eduardo Araújo Mota, de 16 anos, apunhalado por um colega, em escola pública do Bairro Santa Felicidade, depois de uma sessão de drogas pesadas.

Não é a primeira vez que Gleisi, ex-militante do PCdoB, que comanda há décadas o movimento estudantil, mostra todo o seu encanto com a invasão das escolas, que está prejudicando os estudantes, pode impedir as provas do Enem, especialmente no Paraná, estado que tem o maior número de escolas invadidas.

Em artigo divulgado na imprensa a senadora, com a desfaçatez característica, disse estar orgulhosa das invasões do Paraná e chamou a violência de “exemplo para o Brasil”:

“O movimento dos estudantes secundaristas paranaenses realmente está sendo exemplo de resistência não só à PEC 241, mas principalmente à medida provisória de reforma do Ensino Médio. Eu fico bem orgulhosa com isso, porque os estudantes do Paraná, geralmente considerado um estado mais conservador, mais à direita, estão mostrando um grande vigor nessa luta de todos nós”.

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