Após desindustrialização ignorada por Lula, empresários correm para reverter estrago

Com atraso – Em 2005, quando o escândalo do Mensalão do PT ocupava o tempo do então presidente Lula e de seus assessores, o ucho.info fez um alerta para o perigo da desindustrialização, movimento que à época esboçava os primeiros sinais do estrago que produziria mais adiante, mas o governo preferiu não dar atenção ao tema.

Ao longo da última década, sob o manto do messianismo dos governos petistas, a indústria nacional enfrentou os destruidores efeitos de uma política econômica equivocada e refém da teimosia do ministro Guido Mantega, da Fazenda, situação que permitiu que os produtos brasileiros perdessem terreno para os importados não apenas por causa da falta de competitividade interna, mas principalmente em função da desvalorização do dólar frente ao real.

O processo ignorado pelo Palácio do Planalto foi tão nocivo e voraz, que a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) decidiu promover o seminário “Reindustrialização do Brasil: chave para um projeto nacional de desenvolvimento”, no próximo dia 26, evento que contará com a participação de 33 especialistas no assunto.

Em 2012 o PIB do Brasil cresceu somente 0,9%, muito pouco em comparação com o PIB mundial (crescimento de 3,2%) e da América Latina (3,0%), e, principalmente, ante as economias em desenvolvimento, que cresceram 5,1%.

“Um dos determinantes do baixo crescimento econômico brasileiro tem sido a estagnação da indústria de transformação, culminando com a retração de 2,5% do PIB do setor em 2012”, explica o diretor titular do Decomtec, José Ricardo Roriz Coelho.

Por sua vez, o fraco desempenho da indústria de transformação brasileira pode ser atribuído fundamentalmente ao Custo Brasil e à valorização do real. Estudo do Decomtec apontou que, em função do Custo Brasil e valorização do real, um bem manufaturado nacional é, em média, 34,2% mais caro que similar importado dos principais parceiros comerciais. Esse percentual se refere à comercialização de produtos importados e nacionais no mercado brasileiro, inclusos todos os tributos aplicáveis, o que, no caso de importados, compreende alíquotas de importação, além dos demais custos de internalização.

Todavia, como salientou Roriz “o Custo Brasil e a valorização cambial têm determinantes sistêmicos, portanto, sua redução exige políticas de Estado, que proporcionem um ambiente de negócios com previsibilidade ao longo prazo, e condições isonômicas de competição para o setor produtivo doméstico ante a produção estrangeira”.