Após rebelião que deixou 27 mortos, novo motim tomou conta do presídio de Alcaçuz, na Grande Natal

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Um dia após a rebelião que terminou com 27 mortos, a penitenciária de Alcaçuz, no Rio Grande do Norte, é palco de um novo tumulto. A Secretaria da Segurança Pública e da Defesa Social negou tratar-se de mais uma rebelião, mas admitiu nesta segunda-feira (16) que, diante do “clima tenso”, policiais do Batalhão de Operações Especiais e do Grupo de Operações Especias da Polícia Militar foram acionados.

Poucas horas depois de os policiais militares deixarem o local na região metropolitana de Natal, no domingo (15), um grupo de detentos voltou a ocupar os telhados dos pavilhões, de onde saíram somente nesta segunda-feira. Agentes da Força Nacional de Segurança também se posicionaram do lado de fora do complexo prisional potiguar para, caso necessário, auxiliar as forças locais.

Der acordo com o jornal “O Estado de S. Paulo”, o vice-diretor da penitenciária, Jociélio Barbosa, disse que presos do Pavilhão 1, ligados à facção Sindicato do Crime do Rio Grande do Norte (SDC), subiram no telhado e ameaçavam os detentos do Pavilhão 5, vinculados ao Primeiro Comando da Capital (PCC), que também estavam sobre o teto. De acordo com Barbosa, o tumulto já foi contido, mas como os detentos estão soltos, eles sobem e descem dos telhados dos pavilhões e circulam na área comum.


O governo potiguar confirmou que existe a possibilidade de o número de mortos ser ainda maior. As autoridades suspeitam que corpos de presos executados na briga entre facções tenham sido jogados em uma fossa existente na unidade prisional. O Corpo de Bombeiros faz busca por corpos dentro da fossa, depois que a Companhia de Águas e Esgotos do RN (Caern) esvaziou esvaziar o local.

Nas primeiras horas desta segunda-feira, outra rebelião foi registrada na Cadeia Pública Professor Raimundo Nonato, também na capital do RN, a cerca de 40 quilômetros de Alcaçuz. Presidiários amotinados atearam fogo a colchões e tentaram chegar até uma ala onde ficam os internos ameaçados de morte, mas foram impedidos por policiais militares.

A Secretaria de Justiça e de Cidadania do Rio Grande do Norte informou que um grupo de prisioneiros tentou derrubar uma parede da prisão, porém a polícia interveio e impediu a fuga. Segundo a Secretaria Estadual de Segurança Pública e da Defesa Social (Sesed), o tumulto não deixou feridos e a situação já foi controlada.

O sistema penitenciário brasileiro entrou em colapso desde a virada do ano, com seguidas rebeliões em vários estados, o que leva a crer que o efeito cascata deverá se alastrar por todo o País, provocando um caos muito maior do que o esperado. (Com agências de notícias)

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