Após sumiço, Dilma reaparece em reunião ministerial e abusa da ironia ao defender combate à corrupção

dilma_rousseff_470Conversa fiada – Para Dilma Vana Rousseff, a presidente reeleita, não basta ser refém da mitomania. É preciso pegar carona na desfaçatez. Ao abrir a reunião interministerial, como os titulares das 39 pastas, a petista pediu o empenho de cada assessor no combate à corrupção, lembrando que simples suspeitas de irregularidades sejam denunciadas imediatamente. Considerando que o Brasil ainda é uma democracia, a presidente tem o direito constitucional à livre manifestação do pensamento, mas não pode querer que a população acredite em mais um discurso embusteiro.

Por ocasião da corrida presidencial de 2002, o então candidato Luiz Inácio da Silva, atualmente um arrogante lobista de empreiteira, prometeu aos brasileiros combater a corrupção e defendeu a transparência da administração pública. Não demorou muito para surgir o primeiro escândalo de corrupção envolvendo palacianos. Waldomiro Diniz foi flagrado em um esquema criminoso, enquanto assessorava o então ministro José Dirceu na Casa Civil. Dirceu, atualmente cumprindo pena de prisão domiciliar no rastro do julgamento da Ação Penal 470, também defendia o combate à corrupção.

O tempo passou e surgiu em cena o Mensalão do PT, que em poucos meses após a eclosão do imbróglio foi substituído pelo Petrolão, esquema criminoso – denunciado pelo editor do UCHO.INFO, jornalista Ucho Haddad, e pelo empresário Hermes Magnus – que culminou com a Operação Lava-Jato, da Polícia Federal.

Enquanto o Petrolão fermentava nos subterrâneos do poder, surgiu uma nova confusão na pauta do Palácio do Planalto. O Dossiê dos Aloprados, também conhecido como Dossiê Cuiabá, conjunto de documentos apócrifos para, em 2006, prejudicar as candidaturas tucanas. O principal beneficiário da armação petista era Aloizio Mercadante, que naquele ano concorreu ao governo de São Paulo e atualmente comanda a Casa Civil, por onde passaram, além de José Dirceu, Dilma Rousseff, Erenice Guerra, Antonio Palocci Filho e Gleisi Hoffmann, todos envolvidos em casos polêmicos.

Dentro de algumas horas, como noticiou o UCHO.INFO com a costumeira exclusividade, a presidente Dilma Rousseff será acusada formalmente na Procuradoria-Geral da República de ter operado em favor do grupo Odebrecht no caso da expropriação da Petroquímica Triunfo. Na mais nova confusão a chacoalhar as estruturas do Palácio do Planalto. Dilma terá a companhia do ex-presidente Lula, que também será alvo das acusações que aterrissarão na escrivaninha do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

Dilma só conseguiu eleger-se e reeleger-se na esteira do que os frequentadores do poder decidiram chamar de presidencialismo de coalizão, que na verdade não passa de um loteamento da Esplanada dos Ministérios para que partidos políticos cometam seguidos atos de corrupção. Afinal, ter apoio no Congresso Nacional não custa barato. Sempre lembrando que política é um negócio milionário e privilégio de uma estrita minoria.

Sendo assim, que nenhum brasileiro de bem leve a sério as primeiras palavras vociferadas por Dilma Rousseff na reunião com os ministros, pois o Brasil transformou-se em paraíso da bandalheira. Tanto é assim, que desde março de 2014, quando foi deflagrada a Operação Lava-Jato, o governo não mais saiu do noticiário nacional por causa de novos escândalos ou desdobramentos de casos em andamento. Quem conhece minimamente as entranhas do poder sabe que diminui a cada dia a chance de Dilma concluir o atual mandato.

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