Após um ano, Federal Reserve eleva taxa de juro nos EUA e piora cenário econômico brasileiro

federal_reserve_1002

Se já estava difícil para a equipe econômica do governo do presidente Michel Temer encontrar uma fórmula milagrosa para alavancar a recessiva economia brasileira, a partir desta quarta-feira (14) a missão ficou ainda mais difícil. Isso porque o Federal Reserve (banco central dos Estados Unidos), confirmando as expectativas do mercado financeiro global, decidiu elevar as taxas de juro na maior economia do planeta,

Com a alta anunciada nesta quarta-feira, a primeira em um ano, o juro básico norte-americano salta da faixa de 02,5% a 0,50% para o intervalo de 0,50% e 0,75%. A decisão foi tomada por unanimidade pelos membros do Comitê de Política Monetária do Fed (FOMC).

Em comunicado, o Fed sinalizou ritmo mais acelerado de alta para 2017, citando promessas do presidente eleito Donald Trump para garantir o crescimento econômico a partir do corte de impostos e despesas e o início da desregulação. A anunciada política econômica do futuro governo Trump poderá resultar em maior pressão inflacionária, o que leva ao movimento de alta de juro.

“É um voto de confiança na economia”, disse a presidente do Fed, Janet Yellen, considerando “prematuro” fazer conjecturas acerca da política econômica a ser adotada pelo próximo inquilino da Casa Branca.


Com o novo cenário nos EUA, a situação no Brasil tende a piorar. Com a alta do juro decidida pelo Fed, a tendência é que os investidores migrem para o Tesouro norte-americano, cujos títulos são considerados o investimento mais seguro ao redor da Terra.

A permanência do dinheiro internacional no mercado brasileiro dependerá da disposição dos investidores em relação ao risco. Não que o Brasil seja um mercado de risco, mas em termos de países emergentes há opções que passam ao largo da crise política, algo que por aqui ainda está longe de acontecer. O País vive o seu segundo ano seguido de recessão, com a possibilidade de o quadro se repetir em 2017.

Entre as taxas básicas de juro do Brasil e dos EUA há uma distância considerável, mas caso queira segurar em território nacional o investimento estrangeiro, o Banco Central brasileiro poderá reduzir o ritmo de corte da Selic, atualmente em 13,75% ao ano. Isso significa que a economia nacional terá dificuldade para deslanchar, enquanto a inflação ganhará sobrevida.

apoio_04