Assessor especial de Donald Trump renuncia após mentir sobre conversa com autoridades russas

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Recheada por radicais movidos pela estupidez, a equipe do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, registrou a primeira baixa. Michael Flynn, assessor de Segurança Nacional do presidente americano, renunciou ao cargo na noite de segunda-feira (13) em meio a controvérsias sobre telefonemas com autoridades russas, cujo conteúdo ele teria omitido das autoridades em Washington.

Nos telefonemas, interceptados pelo FBI (a polícia federal norte-americana) antes da posse do novo governo em 20 de janeiro, Flynn mencionou as sanções impostas pelo ex-presidente Barack Obama contra Moscou em reação a uma suposta interferência russa nas eleições rumo à Casa Branca.

“Infelizmente, pelo andamento rápido dos acontecimentos, informei inadvertidamente o vice-presidente [Mike Pence] e outros com informações incompletas sobre meus telefonemas com o embaixador russo”, afirmou Flynn em sua carta de renúncia.

O ex-assessor mentiu para o vice-presidente e outras autoridades americanas ao afirmar que não havia conversado com o embaixador russo, Sergey Kislyak, sobre as sanções. A atitude de Flynn fez com que Pence negasse à imprensa que tais contatos tivessem ocorrido.

Uma reportagem publicada pelo jornal The Washington Post na última semana afirmava que Flynn conversou com Kislyak sobre a remoção das sanções contra o Kremlin, em 29 de dezembro passado, no mesmo dia em que Obama as decretou lançou.


Transcrições das conversas interceptadas mostravam que o ex-assessor tinha, de fato, conversado sobre as sanções. Flynn sustenta que esse tipo de conversa é “prática comum, em qualquer transição dessa magnitude” e que visavam “facilitar uma transição suave e começar a construir uma relação necessária entre o presidente, seus assessores e líderes estrangeiros”.

A então procuradora-geral dos EUA Sally Yates afirmou que Flynn poderia ter se colocado em posição vulnerável e, possivelmente, se tornar alvo de chantagens em razão dos telefonemas. Mais tarde, Yates seria demitida do cargo por sua oposição à proibição da entrada pessoas vindas de países majoritariamente muçulmanos nos EUA.

Antes mesmo da posse do novo governo, Flynn já havia se envolvido em controvérsias ao utilizar as redes sociais para propagar noticias falsas sobre a candidata democrata e adversária de Trump na corrida pela Casa Branca, Hillary Clinton, divulgadas por portais de internet de extrema direita.

Após aceitar a renúncia de Flynn, o presidente americano nomeou o tenente-general reformado Joseph Keith Kellogg, um militar de carreira com diversas condecorações, como assessor de segurança nacional interino. (Com agências internacionais)

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