Ataque com armas químicas na Síria exige reação dura e implacável contra o ditador Bashar al-Assad

A chacina perpetrada na Síria, na última segunda-feira (3), em que 86 pessoas morreram após ataque com armas químicas, mostra que o ditador Bashar al-Assad já deveria ter deixado o poder há muito tempo, mas nele permaneceu debaixo da complacência criminosa de dezenas de governantes, que creem ser legítimo o massacre de pessoas inocentes.

Autópsias realizadas nos corpos das vítimas confirmam o uso de armas químicas, prática proibida pela legislação internacional e condenada até mesmo por aqueles que dão de ombros aos direitos humanos. Após entregar, há anos, seu arsenal de armas químicas, o governo truculento de Bashar al-Assad é flagrado usando o mesmo tipo de material de disseminação em massa. Fato que por si só já deveria ter deflagrado uma verdadeira caçada ao facínora que herdou o poder do pai, o igualmente violento Hafez al-Assad.

Ministro de Relações Exteriores da Síria, Walid Muallen afirmou que o Exército do seu país “não usou e nunca utilizará” armas químicas contra o próprio povo, nem mesmo contra os rebeldes e adversários do governo Assad.

“Posso garantir mais uma vez que o exército árabe sírio não usou e nunca utilizará este tipo de armas contra nosso próprio povo, contra as nossas crianças, nem mesmo contra os terroristas que mataram nosso povo”, disse Muallen em entrevista coletiva concedida na capital Damasco.

Em uma ditadura, como é a da Síria, mentir é prática comum, por isso o ministro pode dizer o que quiser, sem que suas palavras sejam levadas a sério. Se, de acordo com Walid Muallen, o Exército sírio não usou armas químicas durante o ataque à cidade Khan Sheikhoun, alguém as utilizou em nome do governo de Bashar al-Assad ou com o consentimento do mesmo.


Alguma autoridade poderá afirmar que os rebeldes fizeram uso do produto tóxico e letal, mas é preciso lembrar os adversários de Bashar al-Assad não têm aviões à disposição. E as armas químicas foram lançadas do ar. Ou seja, se não foi a Síria a usar armas químicas, a responsabilidade recai sobre o governo de Moscou, que apoia incondicional e militarmente al-Assad nessa carnificina a céu aberto.

A ONG Observatório Sírio de Direitos Humanos informou, na quarta-feira (5), que o número de mortos saltou de 72 para 86, sendo que entre as vítimas fatais há 30 crianças e 20 mulheres. O covarde ataque foi tema de reunião de emergência do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), em que embaixadores adiaram a votação de resolução apresentada por Reino Unido, França e Estados Unidos, que cobra investigação “exaustiva” no local do ataque.

Presidente dos EUA, Donald Trump comete o mesmo erro do antecessor ao tratar com doses de desdém o ditador Bashar al-Assad. Até outro dia, Trump considerava a possibilidade de manter Assad no poder como forma de combater o grupo terrorista “Estado Islâmico”. Contudo, nesse rompante de genialidade de camelô, o presidente estadunidense ignorou o fato de que por trás da facinorosa ofensiva do governo sírio está ninguém menos do que o russo Vladimir Putin, que até então vinha sendo tratado com excesso de deferência pelos atuais inquilinos da Casa Branca.

Resta torcer para que o massacre ocorrido na cidade de Khan Sheikhoun sirva para Donald Trump refletir sobre o veto migratório que impõe sanções aos refugiados sírios, assim como a pessoas de países de maioria muçulmana. Talvez o bilionário bufão continue acreditando que sírios tentam chegar aos EUA por diversão.

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