Pé no freio – Na segunda-feira (3), Barack Obama, presidente dos Estados Unidos, lançou seu plano contra a mudança climática, “grande ameaça” para o planeta. Obama ressaltou, em pronunciamento na Casa Branca, a necessidade de agir imediatamente e anunciou uma restrição sem precedentes às usinas de energia.
O presidente norte-americano, considerou que trata-se de um dos “desafios-chave” do nosso tempo. Ele ainda anunciou o Plano dos Estados Unidos para Energia Limpa: America’s Clean Power Plan.
O plano reúne uma série de regras e regulamentos que, pela primeira vez, vão impor às usinas de energia a redução de 32% das emissões de carbono até 2030, em relação aos níveis de 2005.
“Há o risco de ficar tarde demais quando se trata de mudança climática”, afirmou Obama ao anunciar a estratégia. O presidente dos EUA descreveu o plano, preparado durante dois anos, como o “passo individual mais importante que os EUA tomaram na luta contra a mudança climática global”.
Embora as emissões de carbono das usinas de energia respondam por apenas 5% das emissões globais, o governo do democrata espera que a regulamentação doméstica ajude a promover compromissos similares em outros países com altos índices de emissões antes da Conferência do Clima (COP21), em Paris, marcada para novembro e dezembro deste ano. O evento reunirá 195 países que devem se comprometer a limitar a 2° C o aumento da temperatura global.
Em seu projeto inicial, apresentado em 2014, a administração Obama havia fixado em 30% o teto de redução das emissões de carbono dessas usinas. O aumento do limite para 32% provocou forte oposição dos republicanos, que criticam medidas que consideram “desproporcionais” e “desajeitadas”.
A administração Obama “continua a impor regulamentações onerosas e desnecessárias”, respondeu o senador republicano Lamar Smith. Com esse plano, as “usinas de energia em todo o país vão fechar, o preço da energia elétrica vai subir, e milhares de americanos perderão seu emprego”, ressaltou.
A redução das emissões de gases causadores do efeito estufa é uma questão politicamente sensível porque o carvão, uma das fontes de energia mais poluentes, é um setor industrial importante nos Estados Unidos, responsável por 37% da eletricidade do país. (Danielle Cabral Távora)
