Brasil bate recorde de casos de dengue; registros de microcefalia já passam de 3,5 mil

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Mais de 1,6 milhão de casos de dengue foram registrados em todo o território brasileiro em 2015, aumento de 178% em relação a 2014, anunciou o Ministério da Saúde nesta sexta-feira (15).

A maior epidemia da doença já ocorrida no país desde o início da série histórica, em 1990, provocou 843 mortes, quase o dobro do que ano anterior.

Os dados levam em conta o período entre 4 de janeiro de 2015 e 2 de janeiro deste ano. Antes, o maior número de infecções tinha sido registrado em 2013, quando foram notificados cerca de 1,4 milhão de casos.

São Paulo é o estado que concentrou o maior número de ocorrências de dengue – passou de mais de 225 mil, em 2014, para cerca de 730 mil, em 2015. No país, o pico de infecções se concentrou no mês de abril. Já Goiás teve a maior incidêndia de dengue, com 2,5 mil casos para cada mil habitantes. Outros 22 estados registraram aumento no número de casos.

O mosquito Aedes aegypti também é transmissor da febre chikungunya, que fez três mortos e infectou mais de 7,8 mil pessoas em 2015, além do vírus Zika, que tem provocado o aumento de casos de microcefalia em recém-nascidos.

Nesta sexta, a presidente Dilma Rousseff autorizou a liberação de 1,27 milhão de reais para a área de vigilância da saúde, que inclui ações de combate à proliferação do mosquito.


Zika e microcefalia

Em balanço divulgado na última terça-feira (12), o Ministério da Saúde informou que 3.530 casos suspeitos de microcefalia relacionada ao vírus Zika em recém-nascidos foram notificados no País entre 22 de outubro de 2015 e 9 de janeiro. O boletim também confirma também que a morte de dois recém-nascidos e dois abortos de bebês com a malformação no Rio Grande do Norte foram em decorrência do vírus Zika. O ministério ainda investiga se a morte de outros 46 bebês com microcefalia na região Nordeste também tem relação com o Zika.

As notificações da malformação estão distribuídas em 724 municípios de 21 unidades da federação. O estado de Pernambuco, primeiro a identificar aumento de microcefalia, continua com o maior número de casos suspeitos (1.236), o que representa 35% do total registrado em todo o Brasil.

Em seguida estão os estados da Paraíba (569), Bahia (450), do Ceará (192), Rio Grande do Norte (181), de Sergipe (155), Alagoas (149), do Mato Grosso (129) e Rio de Janeiro (122).

O Rio Grande do Sul segue com uma notificação, cuja relação com o zika foi confirmada dia 15 de dezembro. Moradora de Esteio, a gestante teria contraído o vírus no primeiro trimestre da gravidez, em janeiro, quando viajou para Pernambuco.

Atualmente, a circulação do Zika vírus é confirmada por meio de teste PCR, com tecnologia de biologia molecular. A partir da confirmação em determinada localidade, os outros diagnósticos são feitos clinicamente, por avaliação médica dos sintomas.

Até o momento, vinte estados da federação têm circulação autóctone do vírus Zika. São eles: Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Roraima, Amazonas, Pará, Rondônia, Mato Grosso, Tocantins, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná. (Com agências internacionais)

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