Brasileiros apostam em petista de alma para tirar o PT do poder, operação que terá o apoio do PSDB

marina_silva_16Curto-circuito – Cresce nos bastidores da política a onda de euforia diante da possibilidade de a presidente Dilma Vana Rousseff, que tenta a reeleição, ser derrotada nas urnas de outubro próximo. De acordo com informações obtidas pelo ucho.info, essa derrota poderá acontecer ainda no primeiro turno, porque a candidatura de Marina Silva, presidenciável do PSB, superou a semana de comoção que surgiu após a morte de Eduardo Campos e se consolidou.

A grande questão é que para tirar o PT do poder central parte do eleitorado votará em uma petista de alma, que é a ex-ministra do Meio Ambiente e uma das fundadoras do Partido dos Trabalhadores. No contraponto, Marina já recebeu uma sinalização por parte da candidatura de Aécio Neves de que no segundo turno terá o apoio dos tucanos. Não se trata de unanimidade dentro do tucanato, mas a informação foi confirmada pelo coordenador da campanha de Aécio, o senador potiguar José Agripino Maia, do Democratas.

O que pode ser incoerente para boa parte dos eleitores é “compreensível” para aqueles que acompanham diuturnamente a política no âmbito nacional. Em São Paulo, berço do partido e maior reduto político da legenda, o PSDB conta com um filiado histórico do PSB como candidato a vice na chapa do governador Geraldo Alckmin, que tenta a reeleição. Trata-se de Márcio França, que comanda o comitê financeiro da campanha de Marina Silva.

Enquanto o segundo turno não chega, os tucanos, juntamente com os petistas, tentam desconstruir o discurso de Marina Silva. Tarefa difícil para os políticos de ambas as legendas. Há dias, como faz regularmente a cada dois anos, o ucho.info alertou para a importância de o eleitor saber escolher seus representantes no parlamento, única maneira de conter os rompantes do chefe do Executivo.

No caso das eleições deste ano, o importante é tentar eleger o maior número de deputados e senadores da oposição, como forma de garantir que a vencedora do pleito – Dilma Rousseff ou Marina Silva – não faça uso do chamado rolo compressor. O Brasil é uma democracia representativa e é preciso que os cidadãos estejam atentos a esse modelo, cobrando do Executivo a não ingerência nos outros Poderes constituídos.

Marina Silva, que repete Fernando Collor ao falar em “nova política’, tem dado pistas de que poderá colocar em xeque o atual modelo de governança de coalizão. Ou seja, a candidata do PSB, se eleita, poderá interromper o loteamento da Esplanada dos Ministérios. Tarefa considerada quase impossível por especialistas no assunto.

Há nessa eventual virada de mesa um detalhe importante a ser considerado. Nos últimos dias, o PT, sabedor de que a derrota na eleição presidencial cresce de maneira descontrolada, vem insistindo em seus programas eleitorais para que os brasileiros elejam deputados da legenda. Isso significa que a cúpula petista não apenas está conformada com a vitória de Marina que se desenha, mas começa a apostar no segundo capítulo da epopeia em que se transformou a corrida ao Palácio do Planalto. Vender caro o apoio do partido no parlamento ao eventual governo de Marina Silva.

Em caso de vitória, Marina Silva, independentemente dos discursos e ameaças de agora, será obrigada a se aliar aos partidos de maior representação na Câmara dos Deputados, ou seja, ao PT e ao PMDB. Do contrário não conseguirá governar um país que está a um passo do despenhadeiro da crise econômica. Em outras palavras, a “nova política” anunciada por Marina tem, pelo menos por enquanto, todos os ingredientes para ir pelos ares, o que permite concluir que a política velhaca, que os brasileiros tão bem conhecem, continuará em cena. Resumindo, o Congresso permanecerá como balcão de negócios, mas com negociador novo em um dos lados.

apoio_04