Câmara aprova em primeiro turno a “PEC da Bengala”, que não oxigena o Judiciário, mas engessa Dilma

stf_19Jogo estratégico – Confirmando as previsões do UCHO.INFO em relação ao segundo mandato de Dilma Rousseff, o Congresso nacional vem dando seguidas mostras de que a vida da presidente reeleita não será fácil. A zona de conflito que separa o Palácio do Planalto e o Parlamento federal cresceu nas últimas com a confirmação de que os nomes de Renan Calheiros (PMDB-AL) e Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados, respectivamente, estão na lista de políticos envolvidos com o Petrolão, apresentada ao Supremo Tribunal Federal por Rodrigo Janot, procurador-geral da República.

Acreditando que o núcleo duro do governo petista tinha condições de evitar a inclusão dos respectivos nomes na temida lista, Calheiros e Cunha começam a endurecer o jogo, em claro recado que começa a tirar o sono dos palacianos.

A mais nova estocada do presidente da Câmara aconteceu na noite de quarta-feira (4), quando o plenário da Casa aprovou, em primeiro turno, a chamada PEC da Bengala, que amplia para 75 anos a idade limite para a permanência de ministros nos tribunais superiores da Justiça (STF e STJ). A medida pode parecer inofensiva, mas mostra que o Parlamento, com o apoio da oposição e parte da base aliada, não quer dar a Dilma Rousseff a prerrogativa de indicar mais cinco ministros do STF, o que transformaria a Suprema Corte em refém do atual governo do PT.

Em tese a manobra impede a oxigenação do Judiciário, pois cria travas na trilha de ascensão dos magistrados de todo o País, mas não se pode aceitar a hipótese de que a mais alta instância da Justiça brasileira seja transformada em um apêndice do Palácio do Planalto, que cada vez mais insiste em varrer para debaixo do tapete escândalos de corrupção envolvendo “companheiros”.

A ameaça à democracia por parte do PT é tamanha, que o líder do partido na Câmara dos Deputados, Sibá Machado (AC) afirmou, durante a discussão da PEC da Bengala, que a reeleição de Dilma Rousseff dava ao partido o direito de, inclusive, de ter nas mãos o Supremo Tribunal Federal.

Despreparado e inconsequente, Sibá Machado é conhecido por declarações estapafúrdias que constrangem inclusive petistas, mas é preciso muita atenção para os pequenos passos do PT em direção ao totalitarismo, pois esse avanço lento, silencioso e contínuo, que tem merecido seguidos alertas do UCHO.INFO, pode levar o Brasil a um cenário semelhante ao que corrói a já combalida Venezuela.

As declarações de Sibá não surgem isoladas, mas acompanhadas por uma série de atos que causam preocupação, como as reuniões secretas do ministro da Justiça, as incursões insanas de Lula no cenário político, as ameaças da esquerda nacional, entre tantos outros.

Beira o temerário imaginar que a manifestação programada para o próximo dia 15 de março trará algum tipo de resultado imediato, mas é preciso que a parcela de sociedade marque território e mostre ao governo sua disposição de enfrentamento. Não é mais possível fazer oposição ao desgoverno do PT apenas sentado no sofá da sala ou diante do computador e nas redes sociais. Assim como não resolve apelar para insultos rasteiros e descabidos, que servirão para o PT ressuscitar o discurso maroto da elite golpista.

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