Campeão Filipe Toledo é a mais nova esperança brasileira no surfe mundial

filipe_toledo_01Voando na água – Após vencer a etapa do Rio de Janeiro com 19,87 pontos na final contra o experiente australiano Bede Durbidge, Filipe Toledo, um menino de Ubatuba de 20 anos, fez história no Circuito Mundial de Surfe (WCT). Filipinho alcançou a vice-liderança da competição, atrás do compatriota Adriano de Souza.

O surfista brasileiro tem um estilo moderno, de muitos aéreos, irreverente e muito ligado à família. Ele é mais um brasileiro esperança do surfe mundial ao lado de Adriano de Souza, Wiggolly Dantas e Gabriel Medina.

Durbidge, que foi atropelado na final, está há 13 anos no WCT. Ele falou sobre as “inovações” de estilo do irreverente paulista na etapa carioca. “É incrível isso, eu tenho 32 anos de idade, o Filipe só 20, ou seja, são 12 anos de diferença e ele tem um estilo de surfe totalmente diferente do meu. Eu prefiro mais os tubos, mas também gosto de fazer manobras de borda e aéreas. Eu tento usar mais a força nas manobras, enquanto ele tenta mais aéreos insanos e enormes, então o mar hoje (domingo) estava melhor para ele. Temos estilos diferentes de surfar, mas os juízes valorizam ambos, o que é bom para o esporte, então estou feliz pelo vice-campeonato também”, ressaltou Bede.

O estilo “voador” de Filipinho rendeu muitas brincadeiras no Rio de Janeiro. Em dado momento da semifinal, após ele emendar duas sequências com aéreos, o narrador oficial do evento bradou ao público: “Ainda bem que pedimos permissão ao comando aéreo aqui na Barra para que não houvessem aviões. Assim, o Filipinho pode voar sem maiores problemas!”, dizia, para receber o apoio da torcida.

A família é uma das prioridades de Filipe Toledo. Logo que começou a se destacar no surfe, seus patrocinadores apoiaram uma mudança do menino, paulista de Ubatuba, para a Califórnia. No paraíso americano, o campeão do Rio Pro contou com o apoio de seus parentes. A família inteira: a mãe, Mari, e o pai, Ricardo, e os irmãos Matheus, Davi e Sofia o acompanharam para a costa oeste, onde vivem atualmente.

Mais de 40 pessoas, entre amigos e parentes, foram ao Rio para torcer pelo surfista. “Tivemos uma oportunidade muito boa depois que o Filipe começou a conseguir bons resultados, os patrocinadores deram muita ajuda no sentido de nos mudarmos para a Califórnia num momento importante da carreira dele. Todos nós entendemos a oportunidade, seria bom para todos, as ‘crianças’ estudam lá, estamos muito felizes”, afirmou o pai do menino.

É importante lembrar que o pai é a grande inspiração de Filipinho. Campeão brasileiro em 1991 e 1995, o ex-surfista acompanha Filipe em todas as etapas do circuito e é dele que o garoto herdou o espírito vencedor. Com um assovio inconfundível que já rendeu até discussão com a lenda Kelly Slater, “Ricardinho” garante que a grande qualidade do filho é ser o mesmo menino de sempre.

“Filipe é um ótimo garoto, está colhendo o que plantou lá atrás, é muito empenhado, acho que é tudo mérito dele, de entender os planos de Deus para a vida dele, estar aí, literalmente na crista da onda, fazendo o que gosta. Como família, nós damos o suporte o tempo todo, em corpo e orações. Ele está evoluindo muito, né? É assombroso, eu fico de cara. Acho que a grande qualidade dele é que ele manteve a irreverência dele de menino e isso que faz a diferença no surfe e na vida dele. Ele é o que é, o que sempre foi, não se transformou, sempre fez o mesmo, é um cara igual desde pequeno na água, aqui fora, desde pequeno muito carismático, e por isso, ele tá colhendo isso tudo, por não deixar de ser menino contra esses gigantes”, declarou o grande herói de Filipe Toledo. (Por Danielle Cabral Távora)

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