Carrasco de Campos e Arraes em 1997, Requião agora quer conquistar o apoio de Marina Silva e do PSB

eduardo_campos_17Pedra no caminho – Em 1997, na condição de todo-poderoso relator da CPI dos Precatórios, Roberto Requião elegeu o então governador Miguel Arraes e seu neto Eduardo Campos como alvos preferenciais de seus ataques. Chamava Eduardo Campos, à época secretário da Fazenda de Pernambuco, de “Eduardo Campos Precatório”. Embalado pelas costumeiras arrogância e maledicência, Requião distribuiu acusações infundadas e agressões absurdas ao avô e ao neto.

Por conta desses ataques, o Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional chegou a proibir, em 1999, Eduardo Campos de exercer cargos de direção em instituições fiscalizadas pelo Banco Central. A punição, válida por três anos, expirou em dezembro de 2002.

O episódio, baseado nas infundadas acusações de Requião, resultou na condenação administrativa do ex-governador. Miguel Arraes carregou o peso das levianas acusações contra o neto quase até sua morte, em 2005. Em decisão de 2004, o STF isentou Eduardo Campos e Arraes de qualquer culpa no caso dos precatórios.

Esse contencioso entre a família de Eduardo Campos e o senador do PMDB paranaense fez cair como bomba, no Partido Socialista Brasileiro, a notícia de que Marina Silva está propensa a apoiar Requião no Paraná. Presidente estadual do PSB, Severino Araújo, aliado de mais de meio século de Miguel Arraes (em 1964, enquanto Arraes iniciava o exílio na Argélia, o amigo refugiava-se em Curitiba), conhece em detalhes os bastidores da história que contrapôs o clã liderado pelo avô de Eduardo Campos e o sempre destemperado Roberto Requião.

Na edição desta quarta-feira (20) do jornal “Gazeta do Povo”, Araújo externou sua indignação com a sinalização de Marina acerca de apoio a Requião no Paraná. Disse Severino Araújo que, enquanto presidir o PSB paranaense, o partido não apoiará Requião. Ele relembrou os ataques sórdidos e injustos do peemedebista a Campos e ao avô dele, Miguel Arraes, na CPI do Congresso em 1997. “Só temos um caminho no Paraná. Apoiar o Requião seria pegar os cadáveres do Campos e do Arraes e jogar à margem da estrada.”

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