Casa Civil nega ao Ministério Público Federal acesso ao dossiê sobre Rosemary Noronha

Pano quente – O Ministério Público Federal em São Paulo informou nesta terça-feira (21) que o Palácio do Planalto negou informações sobre a sindicância aberta contra Rosemary Nóvoa de Noronha, ex-chefe no escritório da Presidência em São Paulo, demitida após a Operação Porto Seguro.

Namorada de Lula, segundo ela própria, Rosemary é investigada por seu envolvimento em um esquema de corrupção e tráfico de influência no governo federal, conhecido com a Máfia dos Pareceres. Enquanto a Polícia Federal avança na investigação criminal, o governo do PT abriu sindicância para apurar a conduta da ex-servidora, nomeada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que continua fugindo da imprensa para evitar comentários sobra o escândalo.

Em 24 de abril passado, o procurador José Roberto Pimenta Oliveira solicitou ao gabinete da presidente Dilma Rousseff os documentos da sindicância interna feita para apurar o envolvimento da ex-assessora no esquema criminoso.

Ao responder o pedido, a Casa Civil informou que o “chefe do gabinete pessoal da Presidência da República não tem competência para prestar a informação requisitada”. A Casa Civil destacou também que a lei que regulamenta o funcionamento do Ministério Público determina que pedidos feitos ao presidente devem ser feito através do procurador-geral da República.

A Procuradoria afirma que, por causa da recusa, “tomará as providências cabíveis, sendo certo que a mesma constitui um sério obstáculo ao pleno conhecimento dos ilícitos praticados por Rosemary”. De acordo com o Ministério Público, o procurador que conduz o caso ficou sabendo da sindicância por meio da imprensa.

Além de Rosemary Noronha, outras 23 pessoas foram denunciadas no escândalo que chacoalhou o governo petista e obrigou Lula a sair de cena. A Justiça Federal já decretou o bloqueio de R$ 19 milhões de dez funcionários públicos investigados na Porto Seguro.

Rose, como é chamada a Marquesa de Garanhuns, responde pelos crimes de falsidade ideológica, tráfico de influência, corrupção passiva e formação de quadrilha.

É importante lembrar que a sindicância iniciada por ordem da presidência foi uma estratégia de conter o avanço de Lula nos bastidores do poder central, uma vez que o projeto de Dilma Rousseff de tentar a reeleição estava ameaçado pelo antecessor, apesar das declarações contrárias. Essa decisão ficou clara com o vazamento para a imprensa de um dossiê sobre Rosemary Noronha.