Clubes de futebol poderão parcelar dívidas de R$ 4 bilhões em até 240 meses

futebol_27Carnê oficial – O Palácio do Planalto anunciou que os clubes de futebol terão 240 meses, sem entrada, para pagar suas dívidas que totalizam R$ 4 bilhões. O governo queria que o refinanciamento fosse feito em até 180 meses, com a entrada de 10% do valor total do débito. Porém, o Planalto cedeu às pressões e o texto da Medida Provisória foi apresentado.

O anúncio seria feito na Câmara na manhã desta terça-feira (17) pelo ministro das Relações Institucionais, Pepe Vargas. Cerca de uma hora depois, os deputados foram avisados de que Vargas não iria. O ministro do Esporte, George Hilton, então avisou que o texto só seria apresentado às 14h30, na Casa Civil.

O atraso deixou alguns deputados indignados. “Ministro, o senhor não falou nada”, disse Rodrigo Maia (DEM-RJ). “Nós todos estamos aborrecidos”, afirmou Jovair Arantes (PTB-GO), que ainda revelou que “os clubes estão cada vez mais em desespero” por causa do acúmulo de dívidas. O deputado Orlando Silva (PC do B-SP), ex-ministro do Esporte no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, tentou amenizar o clima, afirmando que Hilton é um aliado, mas criticou o atraso na apresentação da proposta. “O acordo é que até o Carnaval nós iríamos conhecer uma proposta, afirmou. Os deputados também não gostaram de saber das propostas do governo apenas pela imprensa.

O ministro dos Esportes disse que o atraso se deveu à demora da reunião de líderes da base do governo com alguns ministros e com o vice-presidente Michel Temer.

A Câmara discute uma proposta há um ano e meio. O texto dos parlamentares é considerado mais complacente com os times de futebol. Em paralelo, o governo montou um grupo de trabalho interministerial para também fazer uma proposta.

O deputado federal Otávio Leite (PSDB-RJ) estava ansioso para conhecer a proposta do Planalto. “Finalmente o governo acordou para isso”. Leite defende que se chegue a um denominador comum e o texto da Câmara siga para votação imediata. “Se chegar a um denominador comum, vota-se o projeto que já está na marca do pênalti”, disse o parlamentar. “A preponderância constitucional do dever de legislar é do Legislativo”. (Por Danielle Cabral Távora)

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